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Proposta do PS de descida de IRS aprovada com abstenção do Chega
Depois do chumbo da proposta da AD, os deputados da Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública aprovaram a nova tabela para o IRS proposta pelo PS. PSD e CDS votaram contra, mas a abstenção do Chega, juntamente com os votos da esquerda, permitiu a aprovação.
A proposta do Chega, que já tinha descido à comissão sem ser votada, acabou agora por nem levar a sua proposta a votação.
"Esta tabela despeza cerca de 50% dos contribuintes que pagam IRS e agrava para alguns contribuintes nesses escalões", assinalou Hugo Carneiro, do PSD, na sua declaração de voto no final das votações.
"Depois de dois adiamento, promovidos à vez pelo PS e depois pelo Chega, demonstrando um verdadeiro conluio, esta votação veio mais uma vez demonstrar uma coligação negativa implicita entre o PS e o Chega", declarou, por seu turno, Paulo Núncio, do CDS-PP. "Para o Chega, é inequivoco que escolheu um novo parceiro nesta legislatura. Pergunto o que dirão os seus eleitores a esta coligação sistemática com o PS".
Pelo PS, Carlos Pereira fez a defesa da sua proposta, assegurando que foi aprovada "uma tabela francamente mais justa e que abrange muito mais pessoas".
"Este reultado é realmente devido ao Chega", reconheceu Rui Afonso, do Chega. Mas, acrescentou, "os eleitores não querem saber se as propostas são de esquerda ou de direita, o que lhes interessa é a comida que podem pôr na mesa". E "a proposta do PS é mais vantajosa do que a da AD", justificou-se.
O PCP, que também votou favoravelmente, salientou que "esta proposta [do PS] é mais favorável". Porém, "havia a possibilidade de ir muito mais longe para promoção da justiça fiscal", afirmou Paula Santos, do PCP, lamentando, nomeadamente, o chumbo da proposta do seu partido de criação de mais um escalão no IRS e eliminação do regime dos residentes não habituais.