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PS divide-se em relação ao OE. Núcleo duro de Pedro Nuno Santos quer chumbo do documento
Depois de mais cinco horas reunidos, Pedro Nuno Santos saiu da reunião com os deputados do partido da mesma forma que entrou: sem qualquer conclusão. O encontro com o grupo parlamentar começou ainda Luís Montenegro estava a dar uma entrevista na SIC em direto, a dizer que tinha fechado o Orçamento do Estado (OE) sem um acordo total com o PS. Uma informação que o líder do Partido Socialista confirmou aos seus 78 deputados, aos quais afirmou que só vai tomar uma decisão depois de ver o texto do OE.
Horas antes, e conforme avança o Expresso, Pedro Nuno Santos tinha reunido com os presidentes eleitos das federações distritais, que se dividiram entre argumentos pela abstenção e pelo voto contra do documento. Mas deram-lhe uma certeza: o aparelho socialista está pronto para eleições, caso o OE não passe no Parlamento.
Pedro Nuno Santos conta ainda com o conforto do seu núcleo duro, que está contra uma eventual aprovação do documento que o Governo vai fazer chegar à assembleia esta quinta-feira. De acordo com informações recolhidas pelo jornal Público, Marina Gonçalves, João Torres, Tiago Barbosa Ribeiro, João Paulo Rebelo e Maria Begonha defendem que o PS não deve viabilizar o OE sem ter chegado a um acordo com o Governo. Uma lista de nomes à qual se adiciona ainda o antigo ministro da Saúde socialista, Manuel Pizarro.
Tal como os dirigentes do partido, o grupo parlamentar também se dividiu em relação ao caminho a tomar em relação ao OE. Deputados próximos da direção defendem um voto contra o documento se o Governo não ceder e não se aproximar da posição de Pedro Nuno Santos sobre o IRC, frisando a necessidade do PS manter uma autonomia estratégica e espaço de manobra, como indica o Expresso.
No entanto, as vozes a favor de uma viabilização do OE também se fizeram ouvir nesta reunião. Sérgio Sousa Pinto foi contundente na sua intervenção e defendeu que o PS devia viabilizar o documento para não contribuir para uma normalização do Chega e para não deixar que a extrema-direita alcance um papel central no regime. Seria "uma derrota histórica para o PS e para todos os democratas", cita o Público.
Na lista de nomes a favor de uma viabilização da proposta constam ainda personalidades do partido como Fernando Medina, o opositor de Pedro Nuno Santos nas últimas eleições internas do PS, José Luís Carneiro, e o presidente da federação de Setúbal, André Pinotes Baptista.