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20 fevereiro 2024 21h41

Saúde como prioridade, pensões, portagens e o único aliado à direita: Tudo o que disse Montenegro

O líder da Aliança Democrática (da coligação PSD/CDS-PP/PPM), Luís Montenegro, foi esta terça-feira entrevistado no âmbito de uma série de conversas da CMTV com os candidatos políticos nas eleições legislativas que se realizam a 10 de março, e começou por explicar que, no debate de segunda-feira no Capitólio, não condenou o protesto dos polícias porque não se tinha apercebido da ilegalidade da manifestação.

"Cheguei ao Capitólio e estavam umas dezenas de agentes, num protesto normal", disse. O líder da AD afirmou que tem "sensibilidade" para entender os protestos, mas acredita que "não faz sentido" negociar em "plena campanha".

Montenegro mantém tabu e assume IL como parceira

Em entrevista à CMTV, o líder político voltou a não esclarecer se aprovará um Governo minoritário do Partido Socialista.

Montenegro acredita que Pedro Nuno Santos teve uma posição "contraditória" sobre a aprovação de uma minoria parlamentar da AD. "Mudou de opinião, criou uma confusão."

O líder da AD repetiu que só vai assumir a liderança do Governo se ganhar as eleições e apontou a Iniciativa Liberal como único partido com o qual quer negociar.

Montenegro também não abriu o jogo quanto ao futuro nos sociais-democratas. "Não sou dono do PSD, no tempo respetivo o partido toma as decisões devidas", disse, após ter recusado responder às acusações de André Ventura. O líder do Chega disse que Montenegro seria afastado se não vencesse as eleições.

A reforma na Justiça

Montenegro disse que "é obrigação do MP" abrir investigações, mas reforçou que um titular de um cargo deve "abandonar as funções" quando é acusado, e não apenas quando é suspeito. "Megaprocessos não cumprem objetivo de melhores investigações", atirou.

O líder da AD sublinhou que o "segredo de justiça" não é respeitado, e lembrou o caso na Madeira. "Há decisões a condenar, prazos de detenção que começam a ser excessivos ao final de dois, três dias. Creio que não era isso [detenções prolongadas na Madeira] que o legislador pretendia quando definiu este regime".

A Saúde como prioridade

O líder da AD confidenciou que, caso seja o próximo primeiro-ministro, a primeira medida que tomará será a aprovação de um "plano de emergência na área da saúde".

Montenegro quer resolver "constrangimentos" que, segundo o próprio, precisam de resposta urgente.

O deputado defendeu que, para atrair os profissionais de Saúde para o setor Público, é preciso melhorar as remunerações. "Há capacidade que pode ser aproveitada [no setor privado]."

"A base do SNS tem de ter profissionais e equipamentos. Nos últimos anos, desde que o PS está no Governo, não foram inaugurados hospitais públicos", reforçou Montenegro.

Defesa do trabalho feito com pensionistas

Luís Montenegro lembrou que foi o primeiro a apresentar a medida de reforço solidário para idosos. "Nem todos os beneficiários estão obrigados a apresentar o rendimento dos filhos. Acho isso injusto", apontou.

"Vou repetir isto mais uma vez. O PSD está associado à maior valorização dos pensionistas. Foi Sócrates que determinou o congelamento das pensões. Foi com a Troika que esse aumento deixou de estar congelado".

O líder da AD disse que está "do lado da valorização das pensões". Montenegro recordou que o PS fez mesmo um "corte" nas pensões, com António Costa, que foi depois restituído.

Aponta incongruências nos cortes nas portagens

O deputado disse que a proposta do PS de reduzir as portagens é feita por Pedro Nuno Santos, depois de, quando tinha essa pasta no Governo, ter recusado uma proposta do PSD no parlamento sobre a mesma matéria.

"Propor 100% de corte em algumas portagens será justo?", questionou.

Montenegro comenta ausência de Passos Coelho da campanha

O líder da AD não foi taxativo quanto ao envolvimento de Pedro Passos Coelho na campanha da coligação. "Oportunamente saberemos", atirou.

Montenegro reforçou ainda que Gonçalo da Câmara Pereira não está a ser "escondido" pelos sociais-democratas.

Casa em Espinho

"Estou muito tranquilo. Tenho a certeza absoluta que não há nenhum facto que me possa condicionar", disse o líder político, que confia que não será arguido após o MP ter aberto um inquérito sobre eventuais benefícios na construção da moradia de Montenegro em Espinho.

"Não sou eu que vou interferir no processo eleitoral na Madeira", rematou ainda, sobre o futuro do PSD na região.