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23 maio 2013 13h41

Seguro: Portugal está "bloqueado" e o Governo "desacreditado"

"O País está bloqueado e nós precisamos de sair deste bloqueio através da expressão de um novo consenso nacional que existe e que o PS lidera", disse António José Seguro aos jornalistas, quando questionado sobre as declarações do antigo Presidente da República Jorge Sampaio, que afirmou que em Portugal a "situação está económica, financeira e politicamente bloqueada".
 
O secretário-geral do PS, que falava à margem das comemorações dos 150 anos dos sociais-democratas alemães (SPD), a decorrer hoje na cidade alemã, ressalvou o facto de "não conhecer as palavras" de Jorge Sampaio e afirmou que este consenso nacional "exige compromissos".
 
Estes compromissos, defendeu Seguro, têm de ser "feitos às claras, com transparência e depois de os portugueses se pronunciarem, para lhe dar uma legitimidade democrática e uma força que neste momento já não existe com um governo que está desacreditado e descredibilizado".
 
O antigo Presidente da República Jorge Sampaio, conselheiro de Estado, afirmou hoje que, em Portugal, a "situação está económica, financeira e politicamente bloqueada" e que o consenso "agora está esgotado".
 
Em entrevista à Antena 1, conduzida pela jornalista Maria Flor Pedroso, Jorge Sampaio sublinhou que há poucas saídas para esta situação de bloqueio, porque não seria fácil para o Presidente da República, Cavaco Silva, dissolver o parlamento.
 
"É muito difícil de fazer, porque só é claro se houver uma alternativa. Ela existe, mas tem de encorpar", defendeu.
 
No entender do antigo chefe de Estado, o consenso político "agora está esgotado".
 
"E está esgotado a partir da moção de censura do PS" e, do lado dos partidos de esquerda, também não vislumbra "qualquer condição para que seja possível [um entendimento] ao nível do Governo", apenas ao nível autárquico, declarou.
 
Na opinião do antigo chefe de Estado, "é preciso intimidade, confiança", o que "é um resultado, um compromisso, uma negociação que demora tempo, não é para se fazer às claras".
 
Sobre o Conselho de Estado, na passada segunda-feira e que durou cerca de sete horas, Jorge Sampaio admitiu que a realização de eleições antecipadas esteve em cima da mesa na discussão e acrescentou que, no seu entender, uma consulta aos eleitores não é "algo que se tenha de evitar a todo o custo".
 
"A democracia tem soluções e o Presidente da República ouviu-nos durante sete horas e já percebeu qual é a opinião de cada um de nós", adiantou Jorge Sampaio.