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Sete estados vão decidir vitória nas presidenciais dos EUA
A campanha presidencial norte-americana sobe de intensidade, com os candidatos a centrarem as atenções nos estados que podem ser decisivos e com acusações mútuas de ameaças à democracia.
As equipas de campanha de republicanos e de democratas discordam em quase tudo, mas concordam que estas eleições vão ser decididas por uma margem muito curta e, provavelmente, nos chamados estados-chave (Arizona, Michigan, Wisconsin, Geórgia, Carolina do Norte, Pensilvânia e Nevada).
Por isso, na reta final da campanha eleitoral, a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump apostam todas as fichas nestes estados, com uma agenda intensa de comícios e ações de angariação de votos, sobretudo junto das comunidades que são consideradas mais relutantes no voto.
"Já ninguém vai ser convencido a mudar de opinião, nesta altura do campeonato. Assim, resta-nos tentar mobilizar os nossos eleitorados, em particular convencendo os eleitores mais resistentes a ir à urna de voto", disse à agência Lusa Leo Stein, um dos operacionais da direção de campanha de Kamala Harris.
Stein - que mora no estado da Virgínia, não muito longe de Washington DC - mudou-se de "armas e bagagens" para a Carolina do Norte, onde foi montado um autêntico quartel-general da campanha de Harris para este estado considerado fundamental para uma vitória em 5 de novembro.
Este operacional é um dos responsáveis por utilizar ferramentas de Inteligência Artificial (IA) para conseguir detetar os eleitores indecisos e aqueles que, sendo prováveis votantes no Partido Democrata, ainda não decidiram se irão votar.
Mas Stein tem uma outra preocupação: levar os eleitores a votar o mais cedo possível, tirando proveito dos prazos de voto antecipado, temendo a forte probabilidade de muitos votos virem a ser contestados pela campanha republicana.
"Perante uma denúncia de voto irregular, se esse voto for expressado cedo, ainda temos tempo de responder às denúncia em tempo útil, antes de 5 de novembro", explicou Stein, mostrando-se preocupado com o facto de milhares de ativistas conservadores estarem a inundar funcionários eleitorais com queixas e denúncias de suspeitas de irregularidades.
Emily Grace, vice-diretora de campanha republicana no estado do Michigan, reconhece que a sua equipa está preocupada com o facto de os democratas estarem a incentivar não residentes a irem votar, alguns deles sem estarem habilitados para o fazer.
"Temos escritórios de advogados que vão analisar milhares de casos de suspeita de voto irregular que estamos a detetar, com recurso a IA", admitiu Grace, em declarações à Lusa.
Os republicanos estão determinados em conseguir evitar que imigrantes não documentados possam vir a votar nas eleições presidenciais, acusando o Partido Democrata de estar a promover essas ações ilegais.
"O Partido Democrata é uma ameaça à democracia. Basta ver a forma como está a pressionar imigrantes não documentados a ir votar, contra todas as leis estaduais e federais", denuncia a operacional de campanha republicana.
Ambos os partidos estão convencidos de que as eleições vão ser decididas por muito poucos votos em muitos poucos estados, pelo que as iniciativas de campanha, os tempos de publicidade nos `media` e as ações de angariação de votos estão a ser concentradas num núcleo reduzido de localidades nos "swing states".
"Pelo menos, ao contrário de eleições anteriores, onde o esforço de campanha tinha de ser espalhado por muitos estados, este ano podemos focar-nos em territórios perfeitamente identificados e em núcleos de eleitores muito delimitados", reconheceu Stein.
"Estamos a usar as mesmas ferramentas, nos mesmos lugares. Mas ninguém tem certezas sobre como isto irá terminar", concluiu Grace, mostrando-se convencida de que o resultado das eleições poderá demorar várias semanas a ser conhecido, por causa da curta diferença de votos e das suspeitas de irregularidades.