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Ucrânia: UE mete maior produtora de diamantes russos na ?lista negra?
A sanção demorou a chegar. Já em abril de 2022, os Estados Unidos tinham imposto punições à PJSC Alrosa com o objetivo de reduzir os rendimentos do Kremlin, mas a União Europeia estava relutante em avançar na mesma direção devido aos protestos da cidade belga de Antuérpia, o maior polo comercial destas pedras preciosas.
Esta quarta-feira, 3 de janeiro, o Conselho da UE acrescentou a gigante russa e o seu CEO, Pavel Alekseevich Marinychev, à lista de pessoas e organizações sancionadas na sequência da invasão à Ucrânia.
A União Europeia diz, em comunicado, que "a empresa constitui uma parte importante de um setor económico que fornece receitas substanciais ao governo da Federação Russa."
"Em linha com a proibição de diamantes que introduzimos com o 12.º pacote de sanções, a UE lista hoje a Alrosa, a maior empresa de mineração de diamantes do mundo, e o seu CEO", declarou o alto representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, na rede social X.
A decisão surge depois de os 27 acordarem a proibição da importação de diamantes russos, incluída no 12.º pacote de sanções contra Moscovo desde o início da guerra.
Já no início de dezembro, o G7 tinha concordado com a paragem de trocas comerciais com o país neste setor. A decisão visa privar a Rússia desta fonte de rendimento.
Como um verdadeiro diamante para o Kremlin, que produz cerca de 30% da oferta mundial neste setor, a Alrosa é responsável por quase toda a produção de diamantes do país (90%). Em 2022, a empresa fabricou quase 34 milhões de quilates de diamantes, 2 milhões a mais que no ano anterior, segundo dados da própria.
O Estado russo possui 33% da empresa e o restante pertence ao governo local da República Siberiana de Yakutia, onde está localizada a sede e uma das mais importantes minas da empresa. O antigo CEO ocupa um cargo sénior no Kremlin e foi sancionado pelos Estados Unidos no verão passado.
Os analistas do setor vieram já dizer que não esperam que as restrições afetem o comércio de diamantes na Europa ou América do Norte. Edahn Golan sublinhou ainda que este bloqueio só se aplica aos diamantes lapidados na Rússia e não aos diamantes brutos, de onde provém a maior parte das receitas.
A União Europeia já sancionou quase duas mil entidades russas desde o início da guerra em 2022. As pessoas designadas estão sujeitas ao congelamento de bens e os cidadãos e as empresas da UE estão proibidos de lhes disponibilizar fundos.
*Texto editado por Rui Neves.