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14 fevereiro 2024 00h18

Ventura e Mortágua mostram divergências e trocam acusações sobre candidatos "terroristas"

O presidente do Chega e a coordenadora do BE divergiram na terça-feira sobre a crise da habitação e a política de imigração, num debate tenso em que André Ventura e Mariana Mortágua trocaram acusações sobre candidatos com ligações a terrorismo.

No frente a frente no âmbito das eleições legislativas de 10 de março que opôs os líderes dos dois partidos que estão mais distantes no plenário da Assembleia da República, na RTP3, o primeiro tema abordado foi a habitação, com Mariana Mortágua a defender que a "procura de luxo" está "a pressionar os preços para uma subida", remetendo esta conclusão para o Banco de Portugal.

"Sabemos que essa procura de luxo vem porque houve um benefício fiscal de 1.500 milhões de euros por ano a residentes não habituais, que o Chega apoiou, mas vem também de vistos 'gold'", afirmou, considerando surpreendente que o partido de André Ventura "queira reintroduzir os vistos 'gold', que são uma fonte de especulação imobiliária e a porta aberta para a corrupção".

Já André Ventura assinalou que o peso dos vistos 'gold' no investimento imobiliário "é de 3%, ou seja, o peso dos vistos 'gold' no investimento imobiliário é zero, não tem nenhum impacto".

"Isso que a Mariana Mortágua está a dizer é falso, é uma ideia pseudo-comunista, ou venezuelano-comunista, que é se há benefícios para uns, isto está a destruir o mercado todo. É mentira", criticou.

Mariana Mortágua afirmou também que o Chega é financiado por "interesses imobiliários" e que participou na comissão de inquérito sobre a TAP sem "dizer a ninguém" que o partido é financiado por um acionista da companhia aérea.

Na resposta, André Ventura disse ter orgulho de não ter "terroristas nas listas" do Chega. "E também me orgulho de não ter candidatos vereadores na Câmara de Lisboa a comprar casas à Segurança Social e a vendê-las a cinco vezes mais o preço", acrescentou, referindo-se ao antigo vereador do Bloco Ricardo Robles.

A líder bloquista retorquiu que o Chega "tem como número dois um dirigente da principal organização terrorista em Portugal, o MDLP, que fez 600 atentados, matou o padre Max e matou uma jovem", referindo-se a Diogo Pacheco de Amorim.

Ao longo do debate, Mariana Mortágua acusou o presidente do Chega de recorrer a truques e de instigar medo nos portugueses.

Por seu turno, André Ventura acusou a coordenadora do BE de "falsidade e hipocrisia" e de não ter falado verdade quando deu o exemplo da avó num outro debate, quando falava sobre a lei das rendas.