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Formas de investimento a longo prazo
O tempo é o maior aliado do investidor. Mas não basta ligar o piloto automático para beneficiar com o investimento a longo prazo. Descubra como o conseguir.
O investimento a longo prazo é uma das melhores formas de garantir um futuro financeiro sustentável. Com a economia ainda a recuperar depois da pandemia de Covid-19, os efeitos da guerra na Ucrânia, e a volatilidade esperada para os próximos tempos, é mais importante do que nunca priorizar investimentos a longo prazo e seguir uma estratégia coerente.
Porquê investir a longo prazo
Muitos investidores ainda veem no mercado bolsista uma oportunidade para gerar ganhos rápidos, a curto prazo. É possível que assim seja, em casos pontuais, mas construir riqueza de forma sustentável exige que se pense e invista a longo prazo.
A principal vantagem de investir a longo prazo é a redução do risco. Manter os investimentos durante mais tempo permite enfrentar os altos e baixos do mercado. Por exemplo, embora o índice S&P 500 tenha um ótimo histórico, a rentabilidade varia com o tempo e, em qualquer período curto o índice pode cair substancialmente.
Pensar a longo prazo compensa também na rentabilidade. Como a carteira tem mais tempo para recuperar das volatilidades do mercado, o investidor pode ser mais agressivo na sua exposição ao risco. Isto, em princípio, será refletido numa rentabilidade superior.
Para colher estes benefícios, os investidores que investem o seu dinheiro devem ser capazes de o manter por pelo menos cinco anos, e quanto mais, melhor.
Quem procura investir a longo prazo deve ter em conta as seguintes premissas.
5 premissas para investir a longo prazo
Atualmente, existem diferentes formas de investir, em função dos objetivos de crescimento de património e nível de risco pretendido. Mas, qualquer que seja o veículo selecionado - de obrigações, a fundos, passando por metais preciosos e muitas outras opções - existem algumas boas práticas que devem sempre ser tidas em conta.
1. Defina um horizonte temporal
Todos os investidores têm objetivos diferentes: pode ser a reforma, pagar a educação dos filhos, ou cobrir a entrada de uma casa. A cada objetivo está associado um horizonte temporal. Normalmente, por investimento a longo prazo entende-se cinco anos ou mais, mas não há uma definição exata. Saber quando vai precisar dos fundos faz com que tenha uma noção mais precisa dos investimentos adequados e do nível de risco que deve assumir.
2. Escolha uma estratégia e siga-a
Depois de estabelecer os objetivos de investimento e horizonte de tempo, escolha uma estratégia de investimento e mantenha o curso. Pode até ser útil dividir o horizonte de tempo em segmentos, para orientar a alocação de ativos.
Por exemplo, imagine que está a considerar uma operação a longo prazo. Pode criar 3 segmentos temporais: os primeiros 5 a 15 anos, dos 15 a 30 anos e dos 30 anos em diante. De seguida, pode estabelecer a regra de que as posições mais curtas devem ser mais conservadoras, com carteiras que não ultrapassem os 50% em ações. No segmento mais longínquo pode ser mais agressivo – com uma carteira constituído por 80% de ações, por exemplo.
É especialmente importante escolher um portfólio de ativos com o qual se sinta confortável, para ter certeza de que seguirá a estratégia. Em particular, quando há uma desaceleração do mercado, gera-se naturalmente alguma ansiedade em relação ao desempenho da carteira. Mas é precisamente nestas alturas que é importante resistir à tentação de vender e segurar os ativos para gerar rentabilidade a longo prazo.
3. Antecipar os riscos
Para evitar reações automáticas às quedas do mercado, certifique-se de conhecer os riscos inerentes ao investimento em diferentes ativos antes de os comprar.
As ações são normalmente consideradas investimentos mais arriscados do que obrigações e muitos gestores sugerem reduzir a exposição a este tipo de ativos à medida que o horizonte temporal se aproxima. Mas mesmo dentro da categoria de ações, alguns investimentos são mais arriscados do que outros. Por exemplo, as ações dos EUA são consideradas mais seguras do que as de países com economias emergentes por causa das incertezas económicas e políticas associadas a essas regiões.
Por outro lado, as obrigações podem ser menos arriscadas, mas não são 100% seguras. Por exemplo, as obrigações são tão seguras quanto os resultados financeiros do emissor. Se a empresa falir, pode não ser capaz de pagar as suas dívidas, e os detentores dos títulos poderão perder parte ou a totalidade do seu investimento. Para minimizar esse risco, deve investir em obrigações de empresas com boas classificações de crédito. Mas mesmo essas podem ter um desempenho abaixo do esperado em determinados momentos.
Para o ajudar a gerir o risco, a nossa equipa de Direção de Investimentos acompanha as tendências macroeconómicas e o desempenho de diferentes classes de ativos. Consulte a nossa abordagem de investimento, aqui.
4. Diversifique o portfolio
Distribuir o seu portfólio entre diferentes tipos de ativos permite que proteja os investimentos, e aumenta as probabilidades de ter uma posição vencedora a qualquer momento ao longo de um longo período de investimento.
Uma das formas de diversificar o portfolio é através de ativos descorrelacionados, ou seja, com pouca tendência de se movimentarem na mesma direção. Um exemplo muitas vezes analisado é o do ouro e das ações. À medida que o mercado bolsista perde, tendencialmente o ouro, valor refúgio, valoriza. Ao comprar ativos com tendência para comportamentos diferentes, descorrelacionados, está a diversificar o portfolio.
5. Reveja a estratégia regularmente
Mesmo que esteja comprometido em seguir uma estratégia de investimento, ainda precisa de verificar o desempenho e fazer ajustes. No Banco Carregosa, a nossa equipa faz um acompanhamento das carteiras com os Clientes, analisando os ativos subjacentes periodicamente.
Agora que cobrimos as boas práticas do investimento a longo prazo, vejamos alguns dos veículos recomendados para os próximos tempos.
Veículos de investimento a longo prazo
O investimento a longo prazo materializa-se na compra de posições, que podem ser ou não financeiras. Do imobiliário aos fundos, descubra alguns exemplos para construir uma carteira para os próximos anos ou décadas.
1. Imobiliário
Os imóveis podem ser uma opção tanto para o investidor ativo como para quem procura um rendimento passivo, sem intervenção frequente, até ao momento da venda. Este é um dos investimentos mais comuns em Portugal na forma de apartamentos, casas ou armazéns para arrendar.
Em alternativa, pode obter exposição ao mercado imobiliário comprando uma participação num fundo. O Fundo VIP, criado em 1987, é um fundo de investimento imobiliário aberto com distribuição de rendimentos. Proporciona uma oportunidade de investimento numa carteira diversificada de ativos atrativos em termos de procura e valorização.
2. Ouro
Depois de uma década acima de US$ 1.000 por onça, os preços do ouro aumentaram 40% durante a pandemia, no que foi mais uma prova de que este metal precioso continua a ser um excelente valor refúgio. Mas nem todos os investidores sabem que a exposição ao ouro pode ser obtida de diferentes maneiras.
Para além das tradicionais barras de ouro, também pode comprar participações em fundos de empresas relacionadas com o universo do ouro, como empresas mineiras ou ETF (Exchange Traded Funds ou fundos transacionados em bolsa). À semelhança do que acontece com os Fundos de Investimento, os ETFs permitem uma diversificação da exposição e ainda são cotados e transacionados em bolsa.
3. Fundos de ações
Um fundo de ações é uma possibilidade para quem procura um veículo de investimento a longo prazo mais agressivo, mas não tem tempo ou inclinação para dedicar demasiado do seu tempo ao tema.
Ao comprar um fundo de ações, o investidor obtém a rentabilidade média ponderada de todas as empresas do fundo, em vez de estar dependente do desempenho de um título individual. Para quem quer evitar analisar ações individuais, um fundo de ações – seja um ETF ou um fundo de investimento mobiliário - pode ser uma ótima opção de investimento a longo prazo.
Por exemplo, alguns investidores optam por comprar participações num fundo indexado aos índices S&P 500 ou Nasdaq-100. Porquê? Para ter acesso a um conjunto diversificado e mais seguro de empresas com apenas uma posição, do que teriam se possuíssem apenas algumas ações individuais.
No entanto, nem todos os fundos de ações oferecem o mesmo grau de diversificação. Os fundos baseados numa indústria, por exemplo, são menos diversificados do que outros baseado num índice amplo como o S&P 500. Um fundo baseado na indústria automóvel poderá estar muito exposto aos preços do petróleo e se os preços desta commodity subirem, é provável que muitas ações do fundo sofram.
4. Modelos de gestão
No Banco Carregosa, disponibilizamos aos nossos clientes a possibilidade de contratarem mandatos de gestão. São soluções de investimento financeiro ajustadas à tipologia de ativos ou ao perfil de investimento de cada cliente, para obter o melhor binómio rentabilidade e risco.
Existem dois tipos de modelos de gestão: por classe de ativos ou por perfil de investimento. Os modelos de gestão por classe de ativos são desenhados a pensar no tipo de ativos de cada cliente:
• Obrigações. Uma carteira composta essencialmente por obrigações para gerar rentabilidade a longo prazo e reduzir a exposição ao risco.
• Alpha Valor. Investimento realizado por via da combinação de várias estratégias alternativas, que visam mitigar o risco através de uma significativa diversificação.
• Grandes Capitalizações. Investimento a longo prazo em ações de empresas globais e com uma gestão permanente do risco.
• Active Value. Carteira de ações value selecionadas pelo seu potencial, para rentabilizar o portefólio.
Já os modelos de gestão por perfil de investimento dependem, essencialmente, da exposição ao risco e rentabilidade desejada:
• Preservação. Foco na preservação do capital. Abordagem conservadora na seleção dos ativos que compõem o portefólio.
• Capitalização. Procura obter uma apreciação do capital no longo prazo equilibrando o risco e retorno.
• Valorização. Tem como objetivo principal a apreciação do capital e como objetivo secundário a sua preservação.
• Valorização agressiva. Portfólio com significativa exposição a ativos com elevado potencial de retorno.
Em resumo, o tempo é um grande aliado dos investidores. Mas para obter ganhos sustentáveis com o investimento a longo prazo não basta ligar o piloto automático. É necessário ter objetivos claros, bem como um horizonte definido e uma estratégia de investimento – e saber manter o curso estabelecido.
Os investidores têm à sua disposição vários veículos para os ajudar a atingir estes objetivos: desde imobiliário, ouro, fundos de investimento ou através de mandatos de gestão. No geral, investir a longo prazo significa manter o foco em objetivos financeiros e ignorar o ruído e a espuma dos dias. Entre em contacto com a nossa equipa para descobrir como o fazer.
Para consultar Informação Legal complementar, por favor clique aqui.