“Os ETFs combinam a simplicidade da negociação das ações com a possibilidade de diversificação dos fundos de investimento.”

João Queiroz, 

Head of Trading

TOP ETFs comercializados

Contextualização de Mercado

Em março de 2024 o peso do mercado acionista dos EUA deverá atualmente representar uns massivos 45% do total da capitalização bolsista mundial, superando o acumulado dos mercados da India, China, Austrália, Suíça, Alemanha, Canadá, Reino Unido, França e Japão. Também representa quase 65% e aproximadamente 70% dos índices MSCI ACWI e MSCI World, respetivamente. Destaque para a NVidia cuja capitalização bolsista excede agora o PIB acumulado de 11 países, assumindo a liderança face à APPLE e TESLA que subdesempenham face ao S&P500 e ao NASDAQ100 alternando a liderança e as preferências dos investidores e “traders”, destacando-se nos ETF’s correlacionados com tecnologia.

O S&P500 em março acumulou +3.1% sendo o 5º mês consecutivo de ganhos e +25% no acumulado desses 5 meses o que o coloca no percentil 98 desde o ano de 1936 do século passado. O "S&P500 Equal Weight" (equiponderado) gerou em março +4.25% o que sugere uma menor concentração e maior dispersão dos ganhos. No 3º mês do ano o Ouro ganhou +9%; Crude WTI +6.27% e o EuroStoxx50 +4.22%.

No acumulado do 1º trimestre deste ano o PSI perdeu -1.81% quando o EuroStoxx50 valorizou +12.43%, IBEX35 +9.63%; DAX40 +10.39%; S&P500 +10.16%; NASDAQ100 +8.89% CSI300 +4.8%; Hang-Seng -2.97%; e NIKKEI +18.94%.  Os melhores desempenhos entre as cotadas nacionais estiveram com Mota-Engil +21.59%; CTT +18.34%; Navigator +14.15%; BCP +13.92%; NOS +13.31%; SEMAPA +11.19%; Corticeira +7.55% e Ibersol +1.2%. Nos piores desempenhos destacam-se a EDP Renováveis -32.28%; EDP -20.75; Jerónimo Martins -20.23%; REN -5.38% e SONAE -2.71%.

No EUROSTOXX600 em três meses 15 dos seus 20 setores acumularam ganhos destacando-se os Automóveis & Componentes +15.36%; Banca +12.59%; Tecnologia +12.58%; Media +11.68%; Seguradoras +10.96%; Retalho +10.82% e Indústria +10.76%. Nas perdas lideraram Recursos Básicos -5.93%; “Utilities” -5.4%; “Real Estate” -3.46%; Consumo Discricionário -2.26%. A incerteza sobre os primeiros cortes de juros marcaram este padrão de alocação dos investidores.

O tema da Inteligência Artificial continuou a dominar as decisões de investimento muito patente em ETF’s como MAGS “Roundhill Magnificent Seven”, FANGS “Global X Fang+”, e SOXX “iShares Semiconductor” que no 1º trimestre terminaram com ganhos de +17%; +14.7% e +17.7%, respetivamente, correlacionados com as acumulações de retornos das estrelares NVidia com +82.4%; Super Micro Computer +255% ou Applied Materials +22%. As alocações em temas de “Valor” subdesempenharam face aos de “Crescimento” e a estratégia de “diversificação” ainda não foi tão rentável como a concentração de risco.

A evolução macroeconómica global continua a ter diferentes resposta dos grandes blocos económicos, com a Europa a manter sinais de estagnação e recessão na dimensão industrial promovendo a probabilidade de liderar o corte de juros pelo BCE em junho próximo, enquanto a aparente robustez da economia e do emprego nos EUA continuar a adiar a expetativas de o início do ciclo de descidas de juros pela FED, quando o Banco do Japão registou em março o seu primeiro aumento de juros em mais de uma década. A China parece apresentar os primeiros e esperançosos sinais positivos da sua economia que continuou a digerir o colossal desafio do seu “real estate” e das dívidas regionais.

Com o anúncio da Greenvolt em 26 de março passado terminou a apresentação de resultados reportados ao ano de 2023 destacando-se 8 empresas que conseguiram incrementar Vendas & Receitas e 10 obtiveram positivos resultados operacionais EBITDA. Destacam-se pela maior expansão YoY das receitas: A Greenvolt +59,1%; BCP +23.1%; Mota-Engil +22%; e Jerónimo Martins +20,6%.

Prospectivamente, considerando que se mantém o cenário de “persistente inflação” nos EUA, quando os preços do crude renovam máximos do ano e de outubro passado, com os ataques da Ucrânia à refinarias da Rússia a serem mais eficazes que os cortes da produção do cartel da OPEP+, e a sobrecompra de alguns setores e empresas, as próximas semanas poderão ser desafiantes para os bons ganhos acumulados pelos principais índices quando os investidores se preparam para mais um início de apresentação de resultados ora reportados ao primeiro trimestre deste ano de 2024.