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25 março 2024 19h40

Banca elege “por unanimidade” continuidade de Vítor Bento à frente da Associação Portuguesa de Bancos

Banca elege “por unanimidade” continuidade de Vítor Bento à frente da Associação Portuguesa de Bancos

Bancos mantêm órgãos sociais para o próximo triénio. Vítor Bento continua na presidência, onde tem tentado defender os lucros elevados dos bancos.

Os bancos nacionais decidiram, "por unanimidade”, a continuidade de Vítor Bento à frente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), que já ali se encontra desde 2021. Agora, tem mandato renovado até 2026.

 
"A Associação Portuguesa de Bancos reuniu[-se], hoje, em Assembleia Geral, os seus Associados, com vista à aprovação do Relatório e Contas, referente ao ano de 2023, e à eleição dos Órgãos Sociais para o próximo triénio (2024-2026)”, segundo um comunicado enviado às redações pela APB esta segunda-feira, 25 de março. 

A informação, que acrescenta que a eleição dos corpos sociais foi "por unanimidade”, confirma uma notícia já avançada pelo jornal Eco. Último presidente do BES e primeiro presidente do Novo Banco, o economista Vítor Bento liderou também na SIBS, a dona do Multibanco. 

Em relação aos novos órgãos sociais, o BCP continua a assegurar a vice-presidência da associação (é Miguel Maya, seu presidente, que a assegura), sendo que os maiores bancos nacionais (CGD, Totta, Novo Banco, BPI, Crédito Agrícola, Banco Montepio e BIG) ocupam depois os lugares de vogais. O Banco CTT continua a presidir ao Conselho Fiscal, a par do Banco Carregosa. Tudo igual ao que está em vigor. 

Apesar desta recondução, Vítor Bento está longe de ser o mais duradouro presidente da associação. João Salgueiro foi o líder que mais tempo esteve em funções (15 anos), seguido de Fernando Faria de Oliveira (por 9 anos). A APB representa a esmagadora maioria do sector, tendo sido criada em 1984. 

Nos seus três anos de mandato, Bento tentou mostrar que a banca portuguesa tem desvantagem competitiva em relação aos seus congéneres europeus (por pagar a mais para o Fundo de Resolução e por enfrentar um adicional de solidariedade, recusando novas tributações, como por vezes é referido por partidos políticos), defendendo que há mesmo "ideologia” contra os bancos, e "hostilidade cultural”. 

Mais recentemente, Bento procurou desdramatizar os lucros elevados registados no último ano, à boleia de juros mais elevados pagos pelos clientes nos créditos ( foram mis de 4 mil milhões de euros nos cinco maiores ). Defende que nos anos anteriores os lucros não compensavam o capital investido pelos acionistas ( "os bancos existem para fazer negócio”, disse ao Expresso em entrevista, "devia ser motivo de satisfação ter bancos saudáveis e rentáveis” , respondeu aos deputados).