Índices acionistas consolidam

PAULO ROSA Economista sénior do Banco Carregosa

FECHO DA SEMANA

Nadasq 100 e S&P 500, nos EUA, e Dax 40 e Cac 40, na Europa, seguram ganhos, após valorizações de 5% nos últimos 30 dias

Os resultados acima do esperado dos grandes bancos norte-americanos impulsionaram o índice S&P Banks em quase 3% na semana, dando início à época de resultados, compensando as subidas dos rendimentos do Tesouro dos EUA a meio da semana que imprimiram alguma pressão sobre os setores mais sensíveis aos juros, tais como o tecnológico e o imobiliário.

Na semana, a procura por hipotecas de compradores de imóveis caiu 10% nos EUA, com o aumento das taxas de juro. A taxa média de juros contratuais para hipotecas de taxa fixa a 30 anos com saldos de empréstimos em conformidade (726.200 dólares ou menos) aumentou para 6,43%, de 6,30%. Os pedidos de refinanciamento de um empréstimo à habitação diminuíram 6% em relação à semana anterior e foram 56% menores do que na mesma semana há um ano.

O Reino Unido regista a maior inflação da Europa Ocidental em março. Foi o único país da Europa Ocidental com inflação de dois dígitos em março, depois de cair menos do que o esperado, reforçando as apostas de que o Banco da Inglaterra aumentará as taxas de juro novamente em maio.

A taxa de inflação da zona euro desacelerou para 6,9% em termos homólogos em março, abrandando pelo quinto mês consecutivo desde a alta recorde de 10,6% em outubro passado, registando o seu nível mais baixo desde fevereiro de 2022.

O índice de preços no produtor alemão subiu menos do que o esperado em março, confirmando o menor aumento homólogo desde junho de 2021. Os preços no produtor de produtos industriais subiram 7,5% no mesmo mês do ano passado, enquanto uma pesquisa da Reuters antecipava um aumento de 9,8% na comparação anual. Os preços de energia continuaram a ser os principais responsáveis pelo aumento em relação ao mesmo período do ano anterior, com alta de 6,8%. Excluindo energia, os preços ao produtor germânicos subiram 7,9% em março na comparação anual. Entretanto, a confiança do consumidor da zona euro melhorou em abril, mas permanece, no entanto, bem abaixo da média de longo prazo.

O número de norte-americanos que solicitaram novos pedidos de subsídio de desemprego, na semana encerrada a 15 de abril, aumentou ligeiramente, sugerindo que o mercado de trabalho está a desacelerar gradualmente à medida que o aumento das taxas de juro da Reserva Federal (Fed) dos EUA penaliza o rendimento disponível e o investimento. A combinação de férias de primavera, deixando temporariamente desempregadas as equipas de apoio em alguns distritos escolares, e pessoas que esgotaram os seus pacotes de indemnização após a vaga de despedimentos no setor tecnológico e outras áreas da economia sensíveis às taxas de juro, pode explicar parte do aumento das solicitações na última semana.

A queda na produção na região coberta pela Fed de Filadélfia continuou em abril. O índice de atividade empresarial da Fed de Filadélfia caiu para -31,3 em abril, de - 23,2 em março. Leituras abaixo de zero indiciam contratação da atividade. É considerado um bom indicador das condições gerais de negócios e é uma indicação do que esperar para o próximo PMI.

As vendas de moradias usadas nos EUA caíram em março, uma vez que uma reversão para alta nas taxas de hipotecas provavelmente voltou a desincentivar os compradores, mas há sinais preliminares de que a queda do mercado imobiliário pode estar perto do fim.