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21 abril 2023 09h10
Fonte: Expresso

Os 3 meses negros da Bolsa portuguesa em 1987

Os 3 meses negros da Bolsa portuguesa em 1987
Depois de uma euforia sem par, a derrocada em Wall Street e a frase do "gato por lebre” de Cavaco Silva afundaram a Bolsa em 41% de outubro a dezembro

ano ficou marcado pelo crash de outubro em Nova Iorque. A19 de outubro, um dia aziago logo batizado de ‘Segunda-Feira Negra’, o principal índice de Wall Street afundou-se 20,4%, a maior queda diária de sempre na sua história até hoje. Maior do que na Sexta-Feira Negra de 28 de outubro de 1929 ou, mais recentemente, a 16 de março de 2020, após 0 choque da pandemia de covid-19. Alan Greenspan, então presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed) havia apenas dois meses, preparava tranquilamente, em Dallas, uma intervenção na American Bankers Association para dia 20 quando foi invadido pelos telefonemas. A Fed acabou por reagir publicamente, garantindo que injetaria a liquidez que fosse necessária, e Greenspan pediu que ninguém entrasse em pânico. "Isto pode ser contido”, sublinhou aquele a quem depois chamaram 0 ‘maestro’.

Entretanto, 0 choque estendera-se aos mercados pelo mundo fora. Em 23 bolsas, 19 registaram perdas de mais de 20% durante outubro. A situação em Nova Iorque era, de facto, muito frágil: "Havia operações alavancadas e poucos mecanismos de controlo de preços que inibissem movimentos bruscos das cotações em situações de menor liquidez ou grande assimetria de interesses entre compradores e vendedores”, sublinha Filipe Garcia, presidente da consultora Informação de Mercados Financeiros (IMF). O abalo viria a fazerjus ao mote "os mercados sobem de escada e descem de elevador”, ironiza Garcia. Greenspan, quase 10 anos depois, cunharia a expressão "exuberância irracional” para retratar 0 clima que, ciclicamente, se vivia em Wall Street antes de tudo terminar em pânico e crash. O choque de outubro de 1987 acabou por passar em Nova Iorque e 0 ano até registou ganhos de 2%. A queda a sério viria três anos depois.

Lisboa perde 41% em três meses

Em Portugal, o abalo deu-se na terça-feira seguinte e estendeu-se por outubro. A Bolsa lisboeta perdeu quase 8% naquele mês. Evaporaram-se mais de 150 milhões de contos (€750 milhões). Nos dois meses seguintes, queimaram-se 690 milhões de contos (€3450 milhões). Ao todo, em três meses, em valores atuais, perderam-se €15 mil milhões, segundo 0 conversor do Instituto Nacional de Estatística para escudos de 1987. A título comparativo, em 2008, na maior crise de sempre da Bolsa portuguesa, só as 20 principais cotadas perderam €51 mil milhões (€61 mil milhões a valores atuais). Na moeda da altura, a capitalização bolsista em Lisboa afundou-se 41% no último trimestre de 1987, descendo para 1,18 mil milhões de contos (€5,9 mil milhões), segundo dados do Banco de Portugal (BdP). No ano seguinte ainda recuperou em janeiro, mas afundou-se de seguida, novamente.

Depois do choque, os analistas começaram a reconhecer que a febre em Lisboa tinha levado muitas das cotadas a valorizações exuberantes. Antes do crash, 30 cotadas da Bolsa de Lisboa registavam rácios de valorização acima de 100, 0 que significava que a cotação era 100 vezes superior ao lucro de 1986. Depois do choque, em final de outubro, começou a duvidar-se de que fosse possível "uma transição suave do boom excessivo para uma situação normal”, nas palavras do auditor-geral do mercado de títulos citado pelo Expresso. A figura de auditor fora criada a 15 de outubro. Muitos analistas passaram a olhar a crise como 0 momento da "separação do trigo do joio”. Em novembro, 0 rácio médio de valorização das 40 principais cotadas baixara para 37,3.

No entanto, em 1987, devido à euforia dos primeiros nove meses, 0 mercado português, em termos anuais, registou um ganho de valorização brutal, de mais de 300%. Mas no ano seguinte 0 índice de Lisboa caiu a pique 28%, a terceira maior crise bolsista após 0 25 de Abril, segundo a série da Refinitiv. Depois andou como um carrossel: subiu mais de 30% em 1989, mas arrastou-se por uma depressão acumulada de 46% nos três anos seguintes. Pior, até agora, só mesmo em 2008, no ano da crise financeira mundial, quando a Bolsa portuguesa quebrou quase 50%.

Dois anos de loucura de massas

O que se passara antes do choque de outubro foi uma história de sucessos e excessos. A Bolsa em Portugal viveu entre 0 início de 1986 até final de setembro de 1987 uma euforia sem precedentes. Foi um período irrepetível na Bolsa de Lisboa desde que reabriu para negociar, de novo, ações em fevereiro de 1977, após um interregno desde 24 de abril de 1974. Nas páginas de economia do Expresso narrava-se, então, a "febre bolsista”, a "onda altista que parece não parar”, e que, segundo 0 painel do semanário, os investidores e analistas esperavam que se estendesse "até março de 1988”. Vivia-se um verdadeiro contágio de massas: "andava tudo louco”, contava-se no jornal. E os corretores chegaram "à exaustão”, como recorda Maria Cândida Rocha e Silva, a primeira mulher corretora do país, ainda hoje presidente do Conselho de Administração do Banco Carregosa (ver artigo nesta página). Dizia-se, por piada, que a Bolsa era melhor do que a Dona Branca: "A velhota dava 10% ao mês e aqui dá 5% ao dia.”

Os números da euforia, reportados pelo BdP na altura, são impressionantes. A capitalização bolsista disparou de 270 milhões de contos (0 conto valia mil escudos, a então moeda portuguesa) no final de dezembro de 1986 para um pico de mais de 2 mil milhões de contos no final de setembro do ano seguinte. O valor bolsista multiplicou quase oito vezes em nove meses, depois de já ter duplicado no ano anterior. O peso da capitalização bolsista no Produto Interno Bruto alcançou 28,8% em 1987, quatro vezes mais do que em 1977, refere-se num estudo de Fernando Teixeira dos Santos, quando foi presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. Em 1985, 0 então ministro das Finanças, Miguel Cadilhe, "convidou diretamente um conjunto de empresas a entrar em Bolsa, conferindo um importante pacote de benefícios fiscais tanto a emitentes como a investidores”, refere ainda 0 académico, que viria a ser responsável pela pasta das Finanças entre 2005 e 2011 e peça-chave no recurso ao resgate da troika. A loucura da corrida às Ofertas Públicas de Venda (OPV) "ultrapassou todas as previsões”, referia então o Expresso, que acrescentava um detalhe: as OPV, só de março a outubro de 1987, renderam mais de 80 milhões de contos aos sócios e às empresas cotadas que as fizeram.

Num apontamento especial, no seu "Relatório Anual” sobre "o erash bolsista internacional e o comportamento do mercado acionista português”, o BdP sublinhava que, "refletindo a crescente internacionalização e interdependência dos mercados financeiros, o erash da NYSE [New York Stock Exchange, a Bolsa de ações] transmitiu-se imediatamente aos mercados de valores dos principais países, quer através da retirada de capitais por parte dos investidores estrangeiros, quer levando à alteração de expectativas dos aforradores nacionais”. Por isso, diz o BdP, "o mercado de capitais português não ficou imune às perturbações internacionais, embora estas estejam longe de esgotar a explicação para o seu comportamento”. O peso crescente de operações realizadas por investidores estrangeiros em Lisboa "tornou o mercado mais sensível às perturbações de natureza externa”. A que se juntam "a inexperiência de muitos investidores e certas deficiências do funcionamento das bolsas portuguesas”, conclui a nota do banco central.

O "gato por lebre”

O relatório do BdP não o menciona, mas um episódio político passou "a fazer parte do imaginário” dos mercados em Portugal, recorda Filipe Garcia. A 13 de outubro, em entrevista à RTP, o então primeiro-ministro, Aníbal Cavaco Silva, soltou uma frase que marcaria a época: "Anda a vender-se gato por lebre” na Bolsa. Muitos falaram de "um susto pedagógico” dado pelo chefe de um Governo de maioria absoluta. A 14 de outubro, a Bolsa de Lisboa caiu 4%. A 15 de outubro, o secretário de Estado do Tesouro, Carvalho Fernandes, dizia que "não estava preocupado” com uma eventual queda das cotações, e no dia seguinte o próprio ministro das Finanças, Miguel Cadilhe, recordava que as cotações estavam muito altas. Em duas semanas perdiam-se 19% em Lisboa. O Expresso relatava, na sua página de mercados de capitais, que muitos investidores acusavam "os aprendizes de feiticeiro [que] brincam com o fogo mas poderão ficar queimados”. No painel Expresso/Euroexpansão de então, a responsabilidade de Cavaco Silva é considerada "muita ou alguma” por 45% dos respondentes.

economia@expresso.impresa.pt

Crise Depois de uma euforia jamais vista, a Bolsa de Lisboa caiu 42%. Foi contagiada pelo crash em Wall Street. Cavaco Silva deu um empurrão com a célebre frase "gato por lebre

1987 90 dias que afundaram a Bolsa portuguesa

O CHOQUE PASSAGEIRO EM NOVA IORQUE EM 1987

Variação do índice S&P 500 em %, outubro

9 5,3 4,9

14 2,4 2,6

OUT. 15 16 19 22 0 26 0 20 21 23 27 28 29 30

-2,9 -2,3 - 3,1 - 5,1 -8,2 -20,4

FONTE: S&P 500

BOLSA PORTUGUESA: O CRASH ANUAL EM WALL DA EUFORIA AO COLAPSO EM 1987 STREET SÓ VIRIA EM 1990

Capitalização em milhões de contos Variação anual do índice S&P 500 em %

27,25

2000 1500

14,62

1000 12,4

500

2

0 DEZ. J DEZ. 86 87 87

FONTE: RELATÓRIO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇAO DO BANCO DE PORTUGAL, GERÊNCIA DE 1987 FONTE: MACROTRENDS

CRISES BOLSISTAS DEPOIS 5 MAIORES QUEDAS DO 25 DE ABRIL DO S&P 500

Quebra anual do índice da Bolsa Variação em % de Lisboa em % 19 OUT. 28 OUT. 16 MAR. 29 OUT. 6NOV. 0 10 20 30 40 50 1987 1929 1920 1929 1929 2008 1990 1998 2014 2002 2011 2001 1992 2000 2018 2010 1995 2016

Notas: As Bolsas portuguesas já não abriram a 25 de abril de 1974 e o mercado de ações em Lisboa só reabriu a 28 de fevereiro de 1977. Em 1987 a Bolsa não registou quebra anual.

FONTE: REFINITIV FONTE: S&P 500

44Fiquei muito ofendida” com o ‘gato por lebre’

Maria Cândida Rocha e Silva, a primeira mulher corretora, confessa que se zangou, na altura, com a frase de Cavaco Silva

A famosa frase de que na Bolsa se vendia "gato por lebre”, dita pelo então primeiro-ministro, Cavaco Silva, gerou, na altura, uma onda de indignação nos protagonistas do mercado de ações. Maria Cândida Rocha e Silva, a primeira mulher corretora oficial em Portugal, não foi exceção. Ela obteve o alvará de corretora em 1981 e iniciou a atividade em 1982, no Porto. "Fiquei muito ofendida, a princípio. Zanguei-me mesmo muito numa primeira leitura. Fiquei triste. Senti-me injustiçada”, diz-nos. Depois, passada a reação a quente, concluiu: "A ofensa não era para mim. Nós éramos intermediários.”

Confessa que "nunca percebi bem as razões” das declarações na noite de 13 de outubro do então primeiro-ministro. As quebras no índice S&P 500 em Nova Iorque começaram no dia seguinte, a 14 de outubro, com perdas perto de 3%. No dia seguinte, mais 2,3% de queda. Na sexta-feira, dia 16, cai 5,1%, uma correção já mais significativa. O fim de semana trouxe uma pausa, mas o secretário do Tesouro norte-americano, James Baker, ameaçou no sábado desvalorizar o dólar. Foi como gasolina no fogo. Na segunda-feira seguinte, dia 19, é o pânico — a quebra foi brutal, mais de 20%, a maior da história de Wall Street. "É curioso”, acha ainda hoje Maria Cândida Rocha e Silva sobre esta sequência, onde a frase do então primeiro-ministro português surge como que por antecipação. "Pensei que [Cavaco Silva] tivesse alguma informação privilegiada. Mas provavelmente foi mera coincidência. Não sei”, acrescenta.

‘Contratas’ entregues aos seguranças

Maria Cândida Rocha e Silva lembra-se de que, naquele período de euforia bolsista de 1986 e 1987, saía do escritório às 4 ou 5 da manhã para fazer a ronda de entrega de umas notinhas escritas à mão com as ordens — chamadas ‘contratas’ (plural feminino de contrato). "Metia-me no táxi, pois estava cansada, e, como os bancos estavam fechados de madrugada, os destinatários eram os seguranças dos bancos”, recorda. Foram dois anos intensos que levaram literalmente à exaustão, confessa a corretora, que há mais de quatro décadas continua no negócio financeiro.

A primeira mulher corretora nasceu em janeiro de 1944, em Vila de Conde, e desde 1970 iniciou a atividade profissional na área financeira, com o pai, na então L. J. Carregosa & C.a, Lda. Hoje, aos 79 anos, continua a ser presidente do Conselho de Administração do Banco Carregosa, em que se transformou a sociedade financeira em 2008. Licenciada pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto em Filologia Românica, uma área que se debruça sobre a história e desenvolvimento do latim e das línguas derivadas, confessa que espera trabalhar "enquanto puder”. j.n.r.

1987 EM REVISTA Inflação com champanhe A 14 de fevereiro, o Expresso escreve que "o ministro das Finanças, Miguel Cadilhe, convocou os seus mais próximos colaboradores para festejarem com champanhe a descida da inflação, para 9,8%, facto que não acontecia desde maio de 1973”.

Taxa de juro baixa

"Governo baixa de surpresa taxas de juro” é notícia no Expresso a 21 de março.

Bolsa é Dona Branca 2 A 24 de abril, o Expresso tem a seguinte chamada de capa: "Bolsa: a nova D. Branca”.

António contra Carlos

"Volte face no ‘Caso da Herança Sommer': [António] Champalimaud forçado a devolver ações” da Empresa de Cimentos de Leiria ao irmão Carlos, é noticiado a 9 de maio.

Turismo e CEE ajudam A 6 de junho, o Expresso cita dados do Banco de Portugal para anunciar que o turismo e a CEE "equilibram défice”.

Jornais vão ser privatizados A 22 de agosto, o Expresso diz que o "Governo privatiza todos os jornais (incluindo o ‘Diário de Notícias')”.

O ‘gato por lebre' de Cavaco A 13 de outubro, o primeiro-ministro, Cavaco Silva, diz que houve muita gente a comprar "gato por lebre” na Bolsa.

Mais avisos

"A Bolsa depois do choque: novo auditor preocupado com informação do público”, escreve o Expresso a 17 de outubro: "Preocupado com o rumo que está a levar o mercado bolsista, que considera, ‘de facto, sobreaquecido', Pires de Matos aponta a informação ao público como o fator neste momento determinante para o reequilíbrio.”

Wall Street rebenta A 19 de outubro dá-se a ‘segunda-feira negra de Wall Street', com a derrocada do índice Dow Jones na Bolsa de Nova Iorque a provocar uma crise bolsista mundial.

Mudanças nos EUA

"Bolsas obrigam Reagan a mudar de política”, foi noticiado no Expresso

a 24 de outubro, dizendo que o Presidente dos EUA tenciona negociar com o Congresso a redução do défice orçamental.

Corrida aos bancos

"Agitação na Bolsa continua: queda levou a corrida aos bancos”, lê-se a 31 de outubro.

As sete OPV da Sonae A 21 de novembro, a Sonae decide colocar em Bolsa, através de ofertas públicas de venda (OPV), sete empresas: Agloma, Ibersol, Modelo Continente, Publimeios, Robótica, Selfrio e Viacentro.

Limites às privatizações

"Nenhum grupo económico terá possibilidades de adquirir mais de 10% do capital a alienar pelas empresas públicas ao abrigo da lei que permitirá a venda de 49% do seu capital”, diz o Expresso

a 28 de novembro.

Luz verde ao Banif

"Governo dá luz verde à criação do Banif”, escreve o Expresso a 12 de dezembro.

Pedro lima plima@expresso.impresa.pt

1987 ECONOMIA PORTUGUESA NO CAMINHO DO CRESCIMENTO

ECONOMIA COM FORTE ACELERAÇÃO

Taxa de variação real do produto interno bruto, em %

6,8

. 1983 1987 1992

DÉFICE DAS CONTAS PÚBLICAS ESTABILIZA

Saldo anual das finanças públicas, em % do PIB

0 -4 -8 -12

- 4,7

1111111111

1983 1987 1992

INFLAÇÃO ABAIXO DOS 10% PELA PRIMEIRA VEZ DESDE 1970

Taxa de variação anual de preços no consumidor, em %

9,8

1983 1987 1992 DESEMPREGO RECUA PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO

Taxa de desemp. da população com 16 e mais anos, em %

1983 1987 1992 RÁCIO DA DÍVIDA PÚBLICA ULTRAPASSA OS 60% DO PIB

Dívida bruta consolidada das Administrações Públicas, em percentagem do PIB

61,6

0 . 1983 1987 1992

FONTE: SÉRIES LONGAS DA ECONOMIA PORTUGUESA (INE E BANCO DE PORTUGAL)

PIB ACELERA, DESEMPREGO BAIXA, E INFLAÇÃO RECUA Passado um ano da entrada de Portugal na então CEE — impulsionando a modernização do país e o investimento, beneficiando da forte entrada de fundos estruturais para Portugal —, e com o PSD de Cavaco Silva a iniciar a sua primeira maioria absoluta — uma situação de estabilidade política desconhecida até então no Portugal democrático —, a economia portuguesa está num ciclo de forte crescimento. O produto interno bruto (PIB) avança 6,8% em termos reais em 1987, mais do dobro do ano anterior e o ritmo mais elevado desde 1980. Mais ainda, vai manter um ritmo de expansão anual na casa dos 6%, ou perto disso, até 1990. Ao mesmo tempo a taxa de desemprego baixa para 7,2% — o valor mais baixo desde 1977 —, e a inflação recua para 9,8% — ficando abaixo da fasquia dos 10% pela primeira vez desde 1970, ou seja, é o valor mais baixo registado até aí em democracia. Nas finanças públicas, o défice orçamental mantém-se estável, abaixo dos 5% do PIB, e irá descer nos anos seguintes. Já o rácio da dívida pública aumenta, ultrapassando os 60% do PIB.

Também o nível de endividamento irá recuar nos anos seguintes.

ii Foram dois anos na intermediação bolsista que levaram à exaustão”, recorda a presidente do Banco Carregosa