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15 outubro 2024 14h45

Por que é que a cotação do ouro é tão elevada?

Por que é que a cotação do ouro é tão elevada

 Por que é que a cotação do ouro é tão elevada

 

Saiba o que influencia a cotação do ouro, como investir, quais as vantagens, limitações e as alternativas.

 

Se está a pensar em investir em ouro, descubra as vantagens e desvantagens deste investimento, e como o fazer de forma simples. Porque é que o ouro é tão valioso? 

 

Descubra o que precisa de saber para investir em ouro e proteger o seu património no seguinte artigo atualizado.

 

O ouro tem algumas características que o tornam um ativo muito valioso. Ao contrário do que acontece com outros ativos financeiros, o ouro não pode ser produzido. É um metal escasso e limitado, que precisa de ser extraído – o que o torna menos propício aos ciclos especulativos. Além disso, ao contrário de outras commodities, como petróleo ou trigo, o ouro não se esgota nem é consumido. Mas apesar disso, serve vários propósitos: o ouro é transformado em circuitos integrados e até em componentes utilizados em carros elétricos, para além de ser usado em arte e jóias ou armazenado em barras de ouro.

 

Assim, qualquer que seja o destino do ouro, a sua composição química neutra impossibilita a reação na presença de outros elementos. Isto significa que não se desgasta e que não perde o brilho – literal e metafórico, aplicado aos investimentos. A quantidade disponível no mercado é aproximadamente estável no tempo e não sofre com os movimentos de procura e oferta do mercado. É por isso que o ouro é uma parte importante das reservas de vários bancos centrais em todo o mundo e também uma excelente opção para os investidores. Mas afinal, porque é que a cotação do ouro é tão elevada?

 

 

O que influencia a cotação do ouro? 

A cotação do ouro é influenciada por vários fatores. 

 

Valor do dólar

Tipicamente, existe uma correlação inversa entre o valor do ouro e o dólar, o que significa que, quando o dólar se valoriza, o ouro tende a desvalorizar, e vice-versa. Isto acontece porque o ouro é cotado em dólares, logo, uma moeda americana mais forte torna o ouro mais caro, reduzindo a sua procura.

 

Taxas de juro

As taxas de juro são outro fator chave. Quando as taxas de juro sobem, os ativos que geram rendimentos tornam-se mais atrativos, reduzindo o apelo do ouro, que não gera juros ou dividendos. Por outro lado, quando as taxas de juro estão baixas, o custo de oportunidade de deter ouro diminui, fazendo com que este metal precioso se torne uma opção mais interessante para os investidores que procuram proteger o seu capital.

 

Contexto económico

Durante períodos de recessão económica ou de elevada inflação, o ouro é muitas vezes visto como um porto seguro. Isto deve-se à sua capacidade de preservar valor num cenário em que outros ativos, como ações ou imóveis, podem enfrentar dificuldades. Investir em ouro durante estes períodos pode ser uma estratégia eficaz para proteger o portefólio contra a volatilidade dos mercados. O mesmo acontece em situações de instabilidade, como conflitos militares ou crises políticas, que tendem a impulsionar o preço do ouro. 

 

 

Como tem evoluído a cotação do ouro nos últimos tempos?

Se considerarmos uma perspetiva de longo prazo, podemos verificar que o ouro tem registado um desempenho notável, registando máximos históricos.

 

 Grafico ouro

Desde o início do século, este ativo apenas desceu em cinco anos, tendo registado, no panorama geral, uma valorização expressiva. No final de 2012, observou-se o que na altura era um máximo histórico, em plenas crises financeiras de 2008 e 2011. Após alguns altos e baixos, voltou a subir nos primeiros tempos da pandemia.  

 

Já em 2022, logo após o início da guerra na Ucrânia, o ouro voltou a registar novo pico, ditado pela incerteza da guerra, para rapidamente entrar em queda acentuada, atingindo a cotação mais baixa em 15 meses, penalizado pelas expectativas de forte subida das taxas de juro. Esta reversão pode parecer surpreendente, mas é também indicadora de que apesar da estabilidade atribuída ao ouro, este ativo não está totalmente imune à volatilidade da economia, do setor e do mercado. Já em 2024, o ouro atingiu novos máximos, muito devido às tensões geopolíticas, escalada de conflitos e à antecipação de maior flexibilização das taxas de juros dos EUA. Esta conjuntura reforça a perceção do ouro como um ativo resiliente, especialmente em tempos de incerteza global.

 

 

Quais as vantagens e desvantagens de investir em ouro?

Como o ouro tende a ter um comportamento contrário às ações, corroborado sobretudo nas recessões, este ativo é geralmente visto como um investimento de refúgio. O ouro está mais protegido dos efeitos da inflação e das oscilações do mercado de ações. Em tempos de volatilidade política e social, os investidores que detêm ouro protegem o seu património. Investir em ouro também pode ser uma forma de diversificar a sua carteira de investimentos, na medida em que permanece valioso mesmo quando outros ativos descem. 

 

Por outro lado, investir em ouro também acarreta alguns riscos. Em forma de barras, é um ativo procurado especialmente por quem pretende preservar o património – e para quem a valorização do capital é um objetivo secundário. Já outras formas de exposição, como a compra de ações de empresas mineiras no universo do ouro, estão sujeitas a muita da volatilidade do mercado que a compra de ouro pretende evitar. Por fim, o facto de ser considerado um ativo mais seguro pode levar a tomadas de decisão precipitadas e baseadas no medo, sempre que os mercados ficam instáveis.

 

 

Como obter exposição ao ouro

Existem várias formas de investir em ouro, cada uma com as suas próprias características e adequadas a diferentes perfis de investidor.

 

1. Compra direta de barras de ouro

Adquirir barras físicas de ouro é uma forma tradicional e tangível de investir. Permite possuir um ativo que mantém o seu valor ao longo do tempo e que não está sujeito às flutuações do mercado financeiro. Contudo, esta forma de investimento tem os seus desafios. Há que considerar o armazenamento seguro, que pode incluir cofres ou serviços especializados de custódia, como os disponibilizados pelo Banco Carregosa. A liquidez também é uma questão importante, pois pode ser mais difícil e demorado vender ouro físico em comparação com ativos financeiros.

Para quem é indicado: Ideal para investidores que valorizam a segurança e a tangibilidade dos seus ativos, e que estão dispostos a lidar com os desafios do armazenamento e da liquidez. 

 

2. Ações de empresas mineiras

Investir em ações de empresas que operam na extração e produção de ouro é uma forma indireta de exposição a este metal precioso. Estas empresas podem oferecer rendimentos através de dividendos, especialmente se forem bem geridas e tiverem uma política de distribuição de lucros. No entanto, este tipo de investimento não está isento de riscos: além das flutuações do preço do ouro, a rentabilidade pode ser afetada por fatores específicos da empresa, como a sua gestão, eficiência operacional e as condições das minas onde opera. Investir em ações de empresas mineiras exige, portanto, uma análise cuidadosa das empresas em questão.

Para quem é indicado: Recomendado para investidores que desejam uma exposição ao ouro com potencial de ganhos adicionais através de dividendos, e que estão confortáveis com a volatilidade e os riscos associados à performance empresarial e à indústria mineira.

 

3. Fundos negociados em bolsa (ETFs) baseados em ouro

Os ETFs são uma forma prática e acessível de investir em ouro. Estes fundos replicam o preço do ouro ou de um índice relacionado, sem a necessidade de o possuir fisicamente. Os ETFs podem ser comprados e vendidos como ações, o que os torna altamente líquidos. Além disso, o investimento mínimo pode ser tão baixo quanto o preço de uma única unidade do ETF, o que os torna uma boa opção para pequenos investidores. Outra vantagem é a menor estrutura de custos associada, que tende a ser mais baixa em comparação com a compra de ouro físico ou de ações de empresas mineiras.Para quem é indicado: Adequado para pequenos investidores ou para quem procura uma forma prática e acessível de investir em ouro, com liquidez. 

 

4. Contratos futuros e opções sobre ouro

Para investidores mais experientes, os contratos futuros e opções sobre ouro oferecem uma forma de aproveitar os movimentos futuros do preço do ouro. Estes instrumentos permitem uma alavancagem significativa, o que pode amplificar tanto os ganhos como as perdas. No entanto, são geralmente mais adequados para investidores que compreendem bem o mercado e têm um apetite elevado para o risco, dado que as flutuações de preço podem ser rápidas e substanciais.

Para quem é indicado: Recomendado para investidores experientes e com um perfil de risco elevado, que estejam confortáveis com a especulação e o potencial de ganhos e perdas significativas num curto espaço de tempo.

 

 

Investimentos alternativos ao ouro

Embora o ouro seja o metal precioso mais conhecido e procurado, tendo um histórico de 6 mil anos, não é o único com potencial de investimento. Metais como a prata, o irídio e o paládio também têm o seu lugar no mercado e podem ser alternativas interessantes para diversificar o portefólio.

 

Prata: tem uma longa história como reserva de valor e é amplamente utilizada na produção de eletrónica, painéis solares e dispositivos médicos. Além disso, tende a acompanhar o ouro em termos de valorização, embora com maior volatilidade, o que pode oferecer oportunidades de lucro a curto prazo para investidores mais atentos.

 

Irídio: menos conhecido, tem vindo a ganhar um papel crescente em novas tecnologias. Um dos maiores apelos do irídio é a sua utilização na produção de hidrogénio, uma área em expansão com o aumento da procura por soluções energéticas mais limpas e sustentáveis. 

 

Platina: um metal precioso a ter em conta como alternativa ao ouro e com grande potencial de crescimento - a platina é cada vez mais utilizada em células de combustível.

 

Paládio: outro metal precioso com um forte apelo industrial, especialmente no setor automóvel, onde é utilizado em catalisadores para reduzir as emissões de gases poluentes. A procura por paládio tem vindo a aumentar nos últimos anos, impulsionada pela necessidade de veículos mais ecológicos, tornando-o uma opção de investimento a considerar.

 

 

Banco Carregosa, o apoio que precisa para investir em ouro

Investir em ouro pode ser uma opção para certos investidores, considerando cautelosamente as vantagens e as desvantagens. Se pretende diversificar os seus investimentos com ativos que o protejam dos tempos de incerteza, o ouro poderá ser uma escolha

Contudo, antes de dar este passo, é importante reservar algum tempo para avaliar as suas opções. Fale com um profissional para o ajudar a determinar se o ouro se encaixa na sua estratégia geral de investimento e no seu portefólio. Conte com a equipa especializada do Banco Carregosa para o guiar em função do seu perfil específico, de forma a tirar o máximo partido deste ativo, e proteger e valorizar o seu património com segurança.