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06 julho 2022 15h50

IGCP recompra 793 milhões de euros em Obrigações do Tesouro que venciam em 2023 e 2024

IGCP recompra 793 milhões de euros em Obrigações do Tesouro que venciam em 2023 e 2024
Com esta operação foi "possível retirar pressão nas amortizações de mais curto prazo, passando essa responsabilidade para o longo prazo", afirma Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) recomprou esta quarta-feira 793 milhões de euros em Obrigações do Tesouro (OT) com maturidades a terminar em 2023 e em 2024, foi anunciado. Segundo a página da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) na agência Bloomberg, nesta operação de troca a entidade comprou 538 milhões de euros em 'OT 4.95% 25out2023', a 105,488%, e 255 milhões de euros em 'OT 5.65% 15fev2024', a 107,625%. Paralelamente, a entidade vendeu um total de 763 milhões de euros em OT com vencimentos em 2028 e 2035. Assim, a entidade vendeu 531 milhões de euros em 'OT 2.125% 17out2028' a 102,88% e 232 milhões de euros em 'OT 0.9% 12out2035' a 82,17%. Em comentário à operação, Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa, disse que foi "possível retirar pressão nas amortizações de mais curto prazo, passando essa responsabilidade para o longo prazo", destacando que "o custo a que estas operações foram realizadas, está abaixo da média histórica de Portugal". Ainda assim, "já se assistiu a uma subida considerável do prémio de risco de Portugal" e que o IGCP pagou "agora mais para emitir dívida". De acordo com Filipe Silva, "tal acontece fruto da atual conjuntura económica e elevada taxa de inflação", sublinhando que o Banco Central Europeu, "tal como tem acontecido com outros bancos centrais, deverá iniciar o ciclo de subida de taxas este mês". "O mercado já tem vindo a antecipar este movimento, o que levou a uma subida dos prémios de risco de todas as dívidas soberanas e não soberanas", adiantou. Assim, "na perspetiva do investidor, este consegue trocar o investimento em dívida soberana portuguesa com 'yields' mais baixas para outro com o mesmo risco e taxas mais elevadas", o que "também prova que os investidores continuam a acreditar na recuperação da economia portuguesa, uma vez que estão a estender a maturidade dos seus investimentos".