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18 janeiro 2023 14h55

Por que é que a cotação do ouro é tão elevada?

Por que é que a cotação do ouro é tão elevada?

 

 

Descubra porque é que a cotação do ouro é tão elevada e se é um bom investimento neste momento.

Se está a pensar em investir em ouro, descubra as vantagens e desvantagens deste investimento, e como o fazer de forma simples.

 

Porque é que o ouro é tão valioso?

O ouro tem algumas características que o tornam um ativo tão valioso. Ao contrário do que acontece com outros ativos financeiros, o ouro não pode ser produzido. É um metal escasso e limitado, que precisa de ser extraído – o que torna menos propício aos ciclos especulativos. Além disso, ao contrário de outras commodities, como petróleo ou trigo, o ouro não se esgota nem é consumido. Mas apesar disso, serve vários propósitos: o ouro é transformado em jóias, em circuitos integrados e até em componentes utilizadas em carros elétricos, para além de ser usado em arte ou armazenado em barras de ouro.

 

Assim, qualquer que seja o destino do ouro, a sua composição química neutra impossibilita a reação na presença de outros elementos. Isto significa que não se desgasta e que não perde o brilho – literal e metafórico, aplicado aos investimentos. A quantidade disponível no mercado é aproximadamente estável no tempo e não sofre com os movimentos de procura e oferta do mercado. É por isso que o ouro é uma parte importante das reservas de vários bancos centrais em todo o mundo e também uma excelente opção para os investidores. Mas afinal, porque é que a cotação do ouro é tão elevada?

 

O que influencia a cotação do ouro?

 

A cotação do ouro é influenciada por alguns fatores, sendo o principal o dólar. Aliás, estes dois ativos têm, habitualmente, uma correlação inversa, e as quedas da cotação ouro tendem a ser compensadas pela valorização cambial.

 

Além do dólar, também as taxas de juro influenciam o valor do ouro, uma vez que uma política financeira mais agressiva reforça o apelo pelos títulos de dívida. Dito de outro modo, taxas de juro baixas aumentam o apetite pelo ouro, porque o ouro não tem um rendimento associado, apenas ganhos de capital, logo taxas de juro de quase zero tornam praticamente indiferente deter ouro ou moeda fiduciária.

 

O contexto económico também desempenha um papel importante na valorização do ouro. Períodos de recessão e inflações altas tendem a ser mais favoráveis para este ativo, uma vez que passa a ser visto como uma boa opção para diversificar a carteira de investimentos e uma forma de proteção contra as oscilações de outros ativos.

 

Além disso, qualquer tensão na geopolítica mundial, como conflitos militares, provoca, geralmente, uma reação em alta do ouro. Este ativo torna-se um refúgio para os investidores, na medida em que proporciona alguma estabilidade em tempos de maior incerteza.

 

Como tem evoluído a cotação do ouro nos últimos tempos?

 

Se considerarmos uma perspetiva de longo prazo, podemos verificar que o ouro tem registado um desempenho notável. Desde o início do século, este ativo apenas desceu em cinco anos, tendo registado, no panorama geral, uma valorização expressiva. No final de 2012, observou-se mesmo um máximo histórico, em plenas crises financeiras de 2008 e 2011. Após alguns altos e baixos, voltou a subir nos primeiros tempos da pandemia.

 

 

Fonte: Reuters

 

Já em 2022, logo após o início da guerra na Ucrânia, o ouro voltou a registar novo pico, ditado pela incerteza da guerra, para rapidamente entrar em queda acentuada, atingindo a cotação mais baixa em 15 meses. Esta reversão pode parecer surpreendente, mas é também indicadora de que, apesar da estabilidade atribuída ao ouro, a verdade é que este ativo não está totalmente imune à volatilidade da economia, do setor e do mercado. Neste caso concreto do início de março, em que a cotação do ouro caiu após o máximo histórico do início de março, foram essencialmente a política restritiva da Fed e a valorização do dólar que penalizaram a cotação do ouro. Contudo, o ouro tem recuperado terreno e podem estar reunidas as condições para que este ativo volte a brilhar. As perspetivas futuras de desaceleração da inflação e consequente reversão da atual dos juros, podem suportar a cotação do ouro.

 

 

Quais as vantagens e desvantagens de investir em ouro

 

Como o ouro tende a ter um comportamento contrário às ações, este ativo é geralmente visto como um investimento de refúgio. O ouro está mais protegido dos efeitos da inflação e das oscilações do mercado de ações. Em tempos de volatilidade política e social, os investidores que detêm ouro protegem o seu património. Investir em ouro também pode ser uma forma de diversificar a sua carteira de investimentos, na medida em que permanece valioso mesmo quando outros ativos descem.

 

Por outro lado, investir em ouro também acarreta alguns riscos. Em forma de barras, é um ativo procurado especialmente por quem pretende preservar o património – e para quem a valorização do capital é um objetivo secundário. Já outras formas de exposição, como a compra de ações de empresas mineiras no universo do ouro, estão sujeitas a muita da volatilidade do mercado que a compra de ouro pretende evitar. Por fim, o facto de ser considerado um ativo mais seguro pode levar a tomadas de decisão precipitadas e baseadas no medo, sempre que os mercados ficam instáveis.

 

 

Como obter exposição ao ouro

 

Poderá obter exposição ao ouro através da compra direta de barras físicas de ouro, com o objetivo de preservar o seu valor. Contudo, fica também mais exposto ao risco de roubo (embora, no caso do Banco Carregosa, possa optar por deixar a barra no Banco), menor liquidez ou depreciação potencial.

 

Uma outra forma de investir em ouro é compra de ações de empresas mineiras ou relacionadas com outras matérias-primas. Desta forma, ficará também exposto a aspetos específicos das empresas e poderá obter dividendos ao longo do investimento, caso estas tenham como política o pagamento de rendimentos aos acionistas.

 

Uma terceira alternativa reside no investimento em fundos negociados em bolsa (ETFs) baseados em ouro, que podem ser comprados ou vendidos como ações. Pode ser especialmente vantajoso para pequenos investidores, na medida em que o investimento mínimo é apenas o preço de um único ETF. Geralmente, os custos associados a este tipo de fundos é menor do que os envolvidos noutros investimentos.

 

Contudo, existem algumas alternativas ao ouro. Apesar de este ativo ser o metal mais popular disponível, a prata, o irídio e o paládio são outros materiais valiosos que também são amplamente usados em processos industriais. Aliás, parte do apelo do irídio decorre da utilização cada vez maior de platina nas novas tecnologias de hidrogénio em veículos mais sustentáveis.

 

Concluindo, investir em ouro pode ser uma opção para certos investidores, considerando cautelosamente as vantagens e as desvantagens. Se pretende diversificar os seus investimentos com ativos que o protejam dos tempos de incerteza, o ouro poderá ser uma escolha.

 

Contudo, antes de dar este passo, é importante reservar algum tempo para avaliar as suas opções. Fale com um profissional para o ajudar a determinar se o ouro se encaixa na sua estratégia geral de investimento e no seu portfolio. Conte com a equipa de consultores especializados do Banco Carregosa para o guiar em função do seu perfil específico, de forma a tirar o máximo partido deste ativo, e proteger e valorizar o seu património com segurança.