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19 março 2024 00h00

Ativos financeiros: como escolher?

Ativos Financeiros - Como Escolher

 Ativos Financeiros - Como escolher

 

Existem muitas estratégias possíveis para escolher ativos financeiros, mas estes são 8 critérios de avaliação que todos os investidores devem conhecer. 

 

No momento da escolha de ativos financeiros, são incontáveis as questões que assaltam a mente dos investidores. A rentabilidade é competitiva? Há potencial de valorização? Será um bom momento para comprar?

 

 

Que riscos e imponderáveis devo ter em conta? 

Responder a estas e outras perguntas é um enorme desafio, até para investidores experientes, mas é vital para determinar se a decisão é adequada. O ponto de partida, como em qualquer boa decisão de investimento, é sempre o perfil de risco e os objetivos de cada pessoa. Seja qual for o ativo financeiro em que está a pensar investir – ações, obrigações, commodities, fundos, ou até depósitos a prazo – considere estes 8 critérios de avaliação essenciais. 

 

 

1. Histórico

Já diz o ditado que o segredo do negócio está na compra, não na venda. O preço de compra de um ativo financeiro, tem, naturalmente, um impacto direto no potencial de retorno. Para determinar se é uma boa altura para comprar um determinado ativo financeiro, é fundamental analisar o seu histórico. Embora o desempenho passado não garanta resultados futuros, pode oferecer insights valiosos. A análise do preço histórico e da sua volatilidade ajuda os investidores a avaliar a probabilidade de novas flutuações no valor do ativo, permitindo uma gestão mais eficaz do risco.  

 

 

2. Taxa de rentabilidade 

Quanto vai render o investimento? Esta é, provavelmente, a primeira pergunta que muitos investidores se colocam quando contemplam a compra de um ativo financeiro, seja Depósitos a Prazo ou ações

 

Rentabilidade anual média por classe de ativos (dados históricos de 36 anos – 1985 a 2020)

 

College Investor - Gráfico 

As ações tendem a ter um retorno elevado, mas também sofrem com uma volatilidade acima da média. Historicamente, as obrigações são um investimento menos volátil, mas também com rentabilidades médias anuais inferiores. Já o setor imobiliário, tradicionalmente uma das áreas favoritas de investimento em Portugal, ganhou novo fôlego recentemente com soluções como os REIT, acrónimo de Real Estate Investment Trust, ou Sociedades de Investimento e Gestão Imobiliária (SIGI). Os REIT pagam aos investidores as receitas de dividendos, que muitas vezes decorrem das rendas dos imóveis. Uma vez que as rendas tendem a ser estáveis, o retorno para o investidor também pode ser considerado estável, em condições regulares de mercado. 

Como escolher? Tudo depende, em primeiro lugar, dos objetivos de cada investidor e do seu horizonte de planeamento. Em seguida, é importante comparar as perspetivas de rentabilidade com os valores históricos da classe de ativo e com outras oportunidades de investimento disponíveis para o investidor. Por fim, importa ter em conta a taxa de inflação  para ter uma noção dos ganhos reais estimados com o investimento. 

 

 

3. Risco

O investimento deve ser sempre analisado pelas duas faces da moeda. Se o lado mais evidente é o da rentabilidade, por outro lado, não se deverá ignorar o risco associado a essa rentabilidade. Geralmente, quanto maior o retorno que o ativo financeiro oferece, maior é o risco que acarreta. 

 

Cada investidor terá uma tolerância diferente ao risco, que é influenciada por fatores como objetivos financeiros, horizonte temporal, fase de vida e situação financeira. Portanto, avalie a sua disposição em assumir riscos antes de tomar uma decisão. É fundamental que o ativo financeiro escolhido esteja alinhado com o seu perfil de risco para evitar decisões de investimento emocionais.

 

 

4. Horizonte de investimento 

"Se não está disposto a ficar com uma ação durante 10 anos, nem pense em tê-la durante 10 minutos”. Entre as muitas frases míticas de Warren Buffet, esta é uma daquelas que todos os investidores deveriam ter em conta ao comprar um ativo financeiro. Mas a realidade indica o contrário: atualmente, cada investidor mantém as suas ações apenas durante 6 meses – um mínimo histórico e quase metade do que era há 10 anos. 

 

Claro que hoje o contexto é bem diferente até porque é mais fácil comprar e vender ações do que no passado, as plataformas online de trading permitem análises e acesso a informações que anteriormente eram vedadas apenas a especialistas. Ainda assim, há algo a reter: antes de comprar um ativo, pense no tempo que está disposto a mantê-lo em carteira, e em que condições estaria disposto a vender.  

 

 

5. Liquidez

Muitas pessoas preferem os ativos financeiros por serem mais líquidos do que outras opções, como o investimento em imobiliário, arte ou metais preciosos. No entanto, nem sempre é assim: alguns ativos financeiros não possuem liquidez diária e podem mesmo ter períodos mínimos de permanência, antes de permitirem a venda. 

 

Contudo, a maioria dos ativos, tem efetivamente liquidez suficiente para poder vender a sua posição com alguma facilidade, sendo este um dos fatores a ter em conta ao escolher um ativo financeiro. Por isso, antes de comprar um ativo financeiro, verifique se existem condições de permanência e se o investimento pode ser vendido em qualquer ocasião. 

 

 

6. Conhecimento sobre o ativo a investir

Este é um dos critérios de decisão muitas vezes ignorados pelos investidores, mas que é determinante ao escolher um ativo financeiro. Boas práticas de gestão, histórico de pagamento de dividendos e capacidade de inovação são alguns dos critérios vitais a avaliar para perceber a estabilidade financeira e a adequação do investimento aos objetivos e valores do investidor. 

 

Os chamados "dividend kings” são um grupo de elite de ações que aumentaram os dividendos todos os anos durante pelo menos 50 anos consecutivos. Das mais de 4.000 empresas públicas nos EUA, apenas 54 receberam este título em 2024, com 5 novas adições. Estas empresas proporcionaram um retorno médio anual de 9,62%. No mesmo período, o índice S&P 500 com ponderação igual proporcionou um retorno médio de 7,30%. 

 

 

7. Setor de atividade

Cada setor é afetado de maneira distinta pelas diferentes fases do ciclo económico. Por exemplo, algumas indústrias são mais suscetíveis a mudanças legislativas, enquanto outras podem depender em grande medida de inovações tecnológicas. Da mesma forma, alguns setores emergentes ou em expansão podem oferecer mais oportunidades de valorização, enquanto setores maduros podem ser mais estáveis, mas com menos potencial de crescimento. 

 

Setores mais resilientes em 10 ciclos económicos analisados

 FundsPeople - Gráfico

[Fonte: FundsPeople]

 

Ao analisar o setor, os investidores podem ajustar as suas carteiras de acordo com as condições macroeconómicas, identificar oportunidades de crescimento e gerir melhor os riscos associados a setores específicos. A diversificação entre setores também é uma estratégia comum para reduzir o risco total da carteira.

 

 

8. Valor intrínseco

O valor intrínseco de um ativo financeiro é um critério fundamental para obter uma compreensão real do seu valor. Ao passo que o valor de mercado pode ser influenciado por fatores de curto prazo, perceções emocionais e comportamento de investidores, o valor intrínseco estima o cash flow potencialmente libertado durante um dado período de tempo.

 

Harvest Exchange 

Se o valor intrínseco for superior ao valor de mercado, é porque possivelmente existe potencial de valorização – e indica uma boa altura para comprar. Esta discrepância entre valores nada mais é que uma oportunidade para identificar ativos subvalorizados pelo mercado que, eventualmente, podem aumentar de preço. 

 

 

Banco Carregosa, ao seu lado na escolha dos ativos financeiros

Ao considerar estes critérios de forma integrada, pode tomar decisões mais informadas e alinhadas com seus objetivos financeiros. Se procura orientação personalizada para otimizar as suas escolhas de ativos financeiros, entre em contato com a equipa de  especialistas do Banco Carregosa, beneficie de aconselhamento especializado e alcance os seus objetivos de investimento de forma estratégica e bem fundamentada.