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12 maio 2023
09h40
Fonte:
Vida Económica
Aumento da população empregada e turismo suportam PIB português

PAULO ROSA
Economista Sénior do Banco Carregosa
A dinâmica positiva do setor turismo e o aumento da população empregada, já muito perto dos 5 milhões de trabalhadores de acordo com o gráfico, mantêm a resiliência da economia portuguesa, tendo permitido revisões em alta do crescimento do PIB real para 2023 tanto pelo executivo português como por diversas instituições nacionais e internacionais.
A população empregada em Portugal aumentou mais de 20% na última década, de 4.068.100 em janeiro de 2013 para os atuais 4.911.800 trabalhadores em março deste ano, tendo sido um dos principais impulsionadores da economia nacional. Se temos mais pessoas a trabalhar, a produção aumenta, podendo subir mais ou menos de acordo com a produtividade do trabalho. Se uma fábrica de 10 trabalhadores produz 1000 pares de sapatos, então com 12 funcionários teria um acréscimo de 20% na produção, ou seja, produziria 1200 pares de sapatos? Não necessariamente. De acordo com a lei dos rendimentos decrescentes à escala, o acréscimo de produção seria inferior aos 20%, mas, no entanto, poderia também produzir mais de 20% se a empresa apostasse em mais tecnologia recentemente desenvolvida e comprasse máquinas mais avançadas, aumentando a produtividade do trabalho, permitindo, assim, subidas reais dos salários. Desde 2013, o PIB real cresceu de 178,1 mil milhões de euros para 210,4 mil milhões de euros em 2022 (ver gráfico), um aumento de 18%, quase semelhante ao acréscimo de 21% da população empregada, ainda, assim, refletindo uma ligeira diminuição da produtividade.
Entretanto, a população residente em Portugal diminuiu, ainda que pouco, apesar dos saldos migratórios positivos, mas penalizada pelo saldo natural negativo. A população residente caiu de 10.468.400 em janeiro de 2013 para 10.301.500 em março de 2023, tendo, nesse período, o PIB real per capita aumentado de 17.013 euros para 20.851 euros, uma alta de 22,5%.
No primeiro trimestre de 2023, o PIB real (em volume) aumentou em cadeia 1,6%, ou seja, de 52.852 milhões de euros no último trimestre de 2022 para 53.700 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano. Assim, mesmo que a riqueza produzida nos restantes três trimestres tenha um crescimento nulo, uma alta do PIB de pelo menos 1% em 2023 já estaria garantida, em grande parte empurrada não só pelo aumento da população empregada, mas também pelo turismo, devendo este intensificar-se nos meses de verão. As contas externas melhoram gradualmente, impulsionadas pelas exportações, sobretudo pelo maior contributo do turismo, esperando-se que as importações abrandem à medida que o rendimento disponível se deteriora, penalizado pela elevada inflação e pela subida das taxas de juro.
No entanto, espera-se um crescimento económico anémico nos próximos anos, uma tendência das economias avançadas, tanto das mais robustas da União Europeia (UE), como da dos EUA, conforme detalhado pela Reserva Federal norteamericana, esperando o banco central dos EUA um crescimento de apenas 0,4% em 2023. Contudo, as economias que entraram na União Europeia nos últimos 10 ou 20 anos, tais como as economias do leste europeu, fazem o seu caminho de convergência com a UE, apresentando taxas de crescimento elevadas, impulsionadas por bases mais baixas, rigor das contas públicas e crescimento da população.
É provável que o setor do turismo continue a mostrar a resiliência nos próximos anos, impulsionando a economia portuguesa, mas é um erro alicerçar uma economia num setor exclusivamente de serviços centrado na movimentação das pessoas, mesmo que este seja competitivo extra-preço. A guerra na Ucrânia deslocalizou algum turismo do leste europeu para países como Portugal, mas o final da guerra poderia abrandar esse turismo. A dependência do turismo mostrou bem a fragilidade da economia portuguesa aquando da pandemia e consequente distanciamento social. A economia portuguesa deveria focar-se na produção de bens e serviços mais competitivos extra-preço e menos dependentes de um maior ou menor distanciamento social.