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Banco Carregosa antecipa que investidores mudem para investimentos alternativos com queda dos juros
Com a redução gradual das taxas de juro, é provável que os investidores realoquem as suas carteiras para o mercado obrigacionista com maturidades mais longas, e sucessivamente do mercado obrigacionista para os mercados acionistas e ativos alternativos, como metais preciosos, imobiliário e infraestruturas, defende o Carregosa no seu Outlook de Outono.
O investimento em ativos alternativos está a tornar-se mais atrativo com os cortes nas taxas de juro pelos principais bancos centrais, mas a habitual dispersão de desempenhos exige uma seleção rigorosa, defende o Banco Carregosa no seu Outlook de Outono, onde dá as perspectivas para o próximo trimestre.
"Com a redução gradual das taxas de juro dos bancos centrais, é provável que os investidores realoquem as suas carteiras, movimentando os seus investimentos em liquidez e depósitos a prazo para o mercado obrigacionista com maturidades mais longas, e sucessivamente do mercado obrigacionista para os mercados acionistas e ativos alternativos, como metais preciosos, imobiliário e infraestruturas”, refere o Chief Investment Officer , Mário Carvalho Fernandes.
A economia dos EUA continua a superar as expectativas, mantendo um crescimento resiliente apesar dos sinais de abrandamento durante o terceiro trimestre. O ciclo de cortes de taxas de juro foi iniciado com uma redução de 50 pontos base, o que deverá continuar a sustentar a economia. "Assim, uma recessão tão antecipada poderá ser evitada, por agora, contrariando os alertas de desaceleração. Sem uma recessão à vista, os mercados acionistas têm-se mantidos fortes, renovando máximos históricos, suportados por perspectivas económicas positivas”, avança o economista.
O Banco Carregosa destaca assim que a ausência de um abrandamento significativo da maior economia mundial teve um impacto positivo no valor dos ativos financeiros mais expostos ao ciclo económico, pelo que mercado acionista e obrigações com maior risco de crédito têm tido um desempenho positivo e mantêm perspectivas positivas assentes na eventual permanência desse cenário favorável.
"Os mercados acionistas continuam a negociar com múltiplos elevados, justificados pelo desempenho económico mais robusto do que o esperado. Por outro lado, o mercado de obrigações soberanas com baixo risco de crédito já incorporou em grande medida as expetativas de corte de taxas de juro esperadas para os próximos meses, pelo que será expectável que agora apresentem um desempenho mais neutral”, segundo a análise.
O Carregosa diz que apesar do otimismo, ainda persistem riscos de um abrandamento económico mais profundo antes de uma recuperação mais sustentada da economia.
"Neste contexto, o investimento em obrigações com elevada qualidade de crédito continua a desempenhar uma função de proteção das carteiras”, defende o banco.
"Alternativamente, num cenário de aceleração económica global em 2025 em que as economias globais aceleram de forma sincronizada em 2025, como alguns analistas preveem, há o risco de um sobreaquecimento que pode gerar uma nova vaga de inflação, devendo este enquadramento continuar presente na construção das carteiras de investimento”, alerta no entanto o Carregosa.
Os estímulos anunciados recentemente pelas autoridades locais para a economia chinesa podem ser determinantes para uma recuperação sincronizada no próximo ano, na China, Europa e EUA.
"Por fim, o ambiente geopolítico permanece incerto, com o potencial de conflitos a escalar e a desestabilizar a economia global. As eleições presidenciais nos EUA, agendadas para 5 de novembro, são outro fator que poderá alterar significativamente o rumo dos acontecimentos”, segundo o economista chefe.
Neste contexto de incerteza, mas com um cenário central benigno, o Carregosa diz que os investidores "devem continuar a tirar partido dos benefícios da diversificação, otimizando a sua exposição e beneficiando de um desempenho favorável dos seus investimentos em termos do binómio de rentabilidade e risco”.
Em detalhe, o Outlook sublinha que "a transição de um ambiente de taxas de juro elevadas para um ciclo de cortes tem sido menos prejudicial do que inicialmente esperado. As empresas de maior alavancagem, em particular as classificadas como high yield , têm conseguido refinanciar a sua dívida, apesar dos novos cupões serem significativamente mais elevados.”
No entanto, "as margens operacionais têm vindo a descer em alguns setores, como o automóvel, onde se verificaram alguns profit warnings ".
"Apesar disso, as taxas de incumprimento permanecem baixas, embora seja aconselhável precaução em relação a emissões com notação inferior a B, que apresentam maior risco de default”, constata o banco.
De forma geral, o ambiente mantém-se favorável para o crédito. Tanto a dívida de alta qualidade como a mais especulativa oferecem prémios de risco atrativos, referem os economistas do Carregosa.
"Face ao atual regime de mercado – caracterizado por um soft landing e cortes nas taxas de juro – a extensão da duração das posições pode revelar-se uma estratégia vantajosa”, acrescentam.
O terceiro trimestre de 2024 foi novamente positivo para a generalidade dos mercados acionistas.
"Face ao atual regime de mercado – caracterizado por um soft landing e cortes nas taxas de juro – a extensão da duração das posições pode revelar-se uma estratégia vantajosa”, acrescentam.
O terceiro trimestre de 2024 foi novamente positivo para a generalidade dos mercados acionistas.