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Bolsas em máximos, apesar da inflação e do défice nos EUA

O Nasdaq e o DAX atingiram máximos históricos, num contexto marcado pelo agravamento da inflação nos EUA e pelo aumento do défice orçamental.
Surpreendentemente, enquanto na Europa a inflação dá sinais de forte abrandamento e a Suíça regista deflação há três meses consecutivos, acompanhando a tendência de queda de preços na China que já dura há quase dois anos, nos EUA a inflação voltou a acelerar em novembro, refletindo o crescimento robusto da economia americana.
Na Europa, a inflação foi controlada graças ao sucesso da política monetária restritiva do BCE nos últimos dois anos e à fragilidade económica da zona euro, destacando-se a recessão na Alemanha pelo segundo ano consecutivo, e a crise orçamental em França. Este contexto permitiu ao BCE começar a aliviar a política monetária a partir de 12 de junho, após ter quase garantido o objetivo de estabilidade de preços.
Nos EUA, a situação é diferente. A inflação voltou a acelerar em novembro. O índice de preços no consumidor registou o maior aumento mensal dos últimos sete meses, uma alta de 0,4%. Apesar do abrandamento das rendas (shelter) — o mais lento dos últimos três anos e meio — e do recuo nos preços da energia, a inflação homóloga subiu 2,7%, enquanto a inflação subjacente, que exclui energia e alimentação, aumentou 3,3%, bem acima da meta de 2% da Fed.
Com uma economia a crescer acima de 3% — e uma estimativa de 3,3% para o PIB no quarto trimestre, segundo o modelo GDP Now da Fed de Atlanta —, é muito pouco provável que os preços desacelerem significativamente sem um forte abrandamento económico. Além disso, o índice de preços no produtor (IPP), indicador da inflação à porta das fábricas, reforçou essa tendência. Em novembro, o IPP subiu 3% em termos homólogos, enquanto o IPP subjacente registou um aumento de 3,4%, o maior desde abril. Mensalmente, o IPP subiu 0,4%, o maior ganho desde junho, com os preços dos alimentos a aumentarem 3,1%, representando 80% do acréscimo nos preços dos produtos.
Em dois meses, o défice dos EUA acumulou 624 mil milhões de dólares, cerca de 2,2% do PIB. A inflação acelerou em novembro e o PIB cresceu acima de 3%.
Para agravar o cenário, o défice orçamental dos EUA aumentou ainda mais no início do ano fiscal de 2025, que começou em 1 de outubro. Em novembro, o saldo negativo das contas públicas atingiu 367 mil milhões de dólares e em outubro 257 mil milhões de dólares. No total, em apenas dois meses, o défice já acumulou 624 mil milhões de dólares, cerca de 2,2% do PIB, levantando questões sobre o que poderá ocorrer nos restantes 10 meses. Enquanto isso, os pedidos de subsídio de desemprego chegaram a 242 mil esta semana, igualando os níveis mais altos de outubro e acima do habitual para esta época do ano. Um sinal de preocupação ou apenas um outlier? Os Jobless Claims são um indicador avançado para o mercado de trabalho, que por sua vez é o principal termómetro da saúde económica dos EUA. Impressionantemente, as bolsas parecem ignorar estes sinais, continuando a alcançar máximos históricos.
Paulo Monteiro Rosa, Economista Sénior do Banco Carregosa