Criptoativos: o que são e quais as aplicações financeiras?

Descubra o que são criptoativos, quais os cuidados a ter e como investir a longo prazo. 

A adesão dos investidores portugueses aos criptoativos já supera a média europeia - cerca de 12% dos inquiridos são ou já foram investidores em criptoativos. Mas serão os criptoativos para todos os investidores? Como aproveitar a tendência? Que riscos evitar? E afinal, o que são exatamente? Descubra o que são e quais as aplicações financeiras.

O que é um criptoativo? 

Um criptoativo é um ativo digital que utiliza criptografia para garantir a segurança e imutabilidade das transações realizadas na rede. O termo é frequentemente associado às criptomoedas, que são um subconjunto de ativos digitais. As criptomoedas são moedas virtuais que operam através de uma tecnologia chamada blockchain, podendo estas serem centralizadas ou descentralizadas. 

Capitalização de mercado histórico das Criptomoedas até à atualidade.

Fonte: crypto.com

Por sua vez, a blockchain é um registo distribuído que reúne todas as transações realizadas com uma determinada criptomoeda. Esta tecnologia é fundamental para garantir a segurança e a transparência das transações, pois impede a falsificação e a duplicação de dados.

Bitcoin, Ethereum, Ripple e Litecoin são alguns exemplos de criptomoedas, mas existem muitas outras no mercado. Além disso, o termo "criptoativo" pode ser mais amplo e incluir outros tipos de ativos digitais: como tokens que representam ativos físicos, contratos inteligentes ativados de forma automática mediante o cumprimento de certos requisitos ou, ainda, a participação em projetos ou direitos específicos.

Quais as aplicações financeiras?

Os criptoativos têm diversas aplicações financeiras, e o seu papel continua a evoluir. Algumas das principais aplicações incluem:

1. DeFi, finanças descentralizadas

DeFi refere-se a um conjunto de serviços financeiros sem intermediários, para criar um sistema aberto e transparente. O DeFi utiliza contratos inteligentes em plataformas blockchain para automatizar e descentralizar funções financeiras.

 Receitas geradas por produtos e serviços DeFI

[Fonte: Statista]

As receitas geradas por soluções DeFi estão projetadas para atingir US $ 26.170,0 milhões em 2024, e espera-se um crescimento anual de 9,07% até 2028. Para os investidores, estes números deixam antever oportunidades de investimento, por exemplo através de fundos que investem em empresas com exposição ao mercado DeFI ou através de Exchange Traded Funds (ETFs) que seguem índices tecnológicos ou relacionados com cripto-ativos.

2. Smart Contracts, automação inteligente

Smart Contracts, ou contratos inteligentes, são programas automaticamente executáveis que operam os termos de um contrato quando certas condições predefinidas se verificam. Estes contratos são implementados em plataformas blockchain.

[Fonte: Grand View Research]

O mercado global de contratos inteligentes continua a crescer e as expectativas é que este crescimento aumente nos próximos anos. Aliás, à medida que mais pessoas adotam o sistema DeFi, a procura de smart contracts irá provavelmente aumentar.

3. Stablecoins, redução da volatilidade

Stablecoins são criptoativos que têm como objetivo manter um valor estável em relação a uma moeda fiduciária, como o dólar americano ou o euro. Ao minimizar a volatilidade associada à maioria das criptomoedas, como o Bitcoin e o Ethereum, as stablecoins tornam-se mais adequadas para transações diárias, contratos inteligentes e outras aplicações financeiras.

Este criptoativo está a progredir rapidamente, especialmente no mercado de câmbios, uma vez que representa uma forma fundamental de reduzir taxas. Os dados estimam que o valor das transações de pagamento alimentadas por stablecoins excederá US $ 187 biliões globalmente até 2028.

4. CBDCs, as criptomoedas regulamentadas

A sigla CBDCs designa Central Bank Digital Currencies (em português, Moedas Digitais de Banco Central). São formas digitais de moedas emitidas e garantidas pelo Banco Central de um país – o BCE tem neste momento planos para desenvolver uma, o Euro Digital. 

No segundo semestre de 2023, já 130 países exploravam este tipo de moedas, representando 98% do PIB mundial. Há ainda 64 países que estão atualmente em fase avançada de exploração de CBDCs. Além disso, a PetroChina já concluiu a primeira transação internacional de petróleo bruto utilizando o yuan digital (e-CNY).

5. O 2024 da Bitcoin.

O início de 2024 foi marcado com a aprovação de ETF’s em Bitcoin pela SEC nos E.U.A., a Bitcoin irá experienciar o seu halving em cerca de 2-3 meses (entre Abril e Maio deste ano), as taxas de juro atingiram um "teto”, não se esperando futuros aumentos. Entre outros, estes 3 fenómenos, materializaram-se numa bull run ao mercado com a Bitcoin a atingir novamente a marca dos $ 50 000 em Fevereiro deste ano. 

E o interesse não é apenas nos investidores de retalho, com evidências de institucionais a aumentarem a sua exposição a estes ativos. Como por exemplo, o desconto dos fundos/trusts/ETFs que detêm Bitcoin vs. o valor da Bitcoin tem comprimido, desde mínimos de 2023 (cerca de 53%) para a marca dos 0%. O que é que isto significa? Geralmente, investidores de retalho compram criptoativos diretamente. Já investidores institucionais fazem-no através do mercado financeiro. A compressão deste desconto implica que o interesse institucional aumentou, visto estes estarem a recorrer ao "canal de investimento” a que têm acesso. Adicionalmente, os inflows aos novos ETFs de BTC têm acelerado desde o início do ano, contabilizando um total de $ 2,8 mil milhões arrecadados até à data. Este novo canal de investimento, também terá um forte impacto, no desempenho da classe ao longo de 2024, à medida que novos investidores se sentem mais confortáveis em ganhar exposição aos títulos. 

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