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09 julho 2024 12h50

DeFi: o que é exatamente e o que significa para os investidores?

DeFi: o que é exatamente e o que significa para os investidores?

Descubra o que significa DeFi, quais as vantagens e limitações, e como ajustar os seus investimentos. 

A Maria é uma investidora experiente que quer diversificar o seu portfólio. Converteu parte dos seus ativos em criptomoedas e aplicou esse capital em stablecoins com rendimento de juros, um tipo de criptomoedas projetadas para manter um valor estável, geralmente indexado ao valor do dólar ou do euro, com um rendimento similar a um depósito a prazo. O João é um pequeno empresário, que procura obter financiamento de forma rápida. Usou as poupanças que tinha na forma de criptomoedas como garantia para obter um empréstimo e expandir o seu negócio. 

 

A Maria e o João têm dois aspetos em comum. O primeiro é que não são reais, mas podiam ser. O segundo é que as suas operações financeiras estão assentes em novas formas de investir. Introduzido em 2017, o DeFi já levou ao surgimento de mais de 500 protocolos de criptomoedas e está na base de 100 mil milhões de dólares em ativos. Mas afinal, o que significa DeFi? Quais são os riscos associados? E, mais importante, como pode moldar as decisões de investimento?

 

 

DeFi: o que é?

 

DeFi, ou "Decentralized Finance", refere-se a um novo paradigma financeiro onde os utilizadores podem utilizar uma série de serviços – como trocar criptomoedas, pedir e oferecer empréstimos– sem intermediários.

 

Na base deste conceito está a tecnologia de blockchain que regista cada movimento de forma teoricamente inviolável. Estes registos comprovam quem movimentou que ativo para que pessoa, servindo como (único) comprovativo de propriedade. 

 

Estes são os princípios orientadores das redes DeFi:

 

1. Descentralização: Não há uma autoridade central. As operações são validadas por todos os indivíduos que compõem a rede.

 

2. Transparência: Todas as transações são registadas num livro-razão público (blockchain) acessível a todos, garantindo uma maior transparência.

 

3. Imutabilidade: Uma vez registadas, as transações não podem ser alteradas ou apagadas, assegurando a imutabilidade dos dados.

 

4. Interoperabilidade: As plataformas DeFi são geralmente construídas com protocolos que permitem a integração com outros sistemas e aplicações, ou seja, não se fica limitado a uma determinada plataforma ou fornecedor e estes podem interagir entre si.

 

5. Acessibilidade: Qualquer pessoa com acesso à internet pode participar, sem necessidade de permissões ou verificações extensivas.

 

A realização destas transações só é possível graças a outras tecnologias subjacentes. Uma delas é a blockchain, uma rede descentralizada com um registo digital, inviolável e distribuído onde ficam guardadas todas as transações realizadas - mas há outras. 

 

As DApps são aplicações que operam nestas blockchains através de soluções de segunda camada, incutindo a lógica da aplicação em smart contracts – contratos digitais que definem as condições da aplicação a ser usada.

 

No caso hipotético acima descrito, a Maria poderia emprestar as suas criptomoedas ao João. Esta transação poderia ser realizada através de um smart contract e acedida pelos dois utilizadores via uma DApp. Se o João não cumprir os termos do empréstimo, as condições do contrato podem exigir uma devolução imediata da garantia à Maria, sem necessidade de intervenção humana.

 

As DApps exemplificam a diversidade e inovação presentes no ecossistema DeFi, proporcionando várias maneiras de realizar trocas, empréstimos, e obter rendimentos de criptomoedas sem intermediários. Como sempre, é essencial entender os riscos e fazer uma pesquisa diligente antes de se envolver com qualquer plataforma DeFi.

 

 

DeFi: Vantagens

 

Estas são algumas das vantagens associadas ao DeFi:

 

Acessibilidade

 

O DeFi torna diversos serviços financeiros, como empréstimos e transações, mais ágeis e acessíveis a um público mais amplo. Qualquer pessoa com acesso à internet pode aproveitar os serviços DeFi. Representa também uma mais-valia para quem não tem conta bancária ou vive em países com sistemas financeiros instáveis.

 

Transparência em todo o processo

 

Para garantir máxima transparência, todas as transações são registadas na blockchain, o que ajuda a combater fraudes e a aumentar a confiança de quem adere. Além disso, confere a sensação de controlo sobre os dados financeiros. 

 

Rapidez e eficiência

 

Muitos serviços financeiros são processados diretamente na blockchain rapidamente. Permite ainda a utilização de criptoativos para aceder a serviços como pedir ou emprestar dinheiro, receber juros, negociar ativos e comprar seguros.

 

 

DeFi: limitações: 

 

Estas são algumas das limitações associadas ao DeFi:

 

Transparência

 

A transparência da blockchain, nem sempre é oportuna. Na generalidade dos protocolos, os indivíduos não conseguem manter o anonimato das suas transações. Isto é uma agravante nos mercados financeiros, considerando que a falta de anonimato sinaliza aos mercados a intenção de transação (por parte do investidor), o que pode incentivar comportamentos de front running – outros participantes ao saber da direção da transação (exemplo compra) podem antecipar a mesma, realizando transações similares (antecipam a compra, provocando um aumento do preço, previamente à execução da ordem). 

 

Escalabilidade

 

A generalidade dos protocolos ainda é recente, pelo que está sujeita aos mesmos problemas de escalabilidade das blockchains em que operam. Neste sentido, vários protocolos têm procurado ultrapassar esta dificuldade ao promoverem soluções que agregam e processam transações, previamente ao seu registo na blockchain o que permite escalar o número de transações em cada bloco adicionado. 

  

Segurança

 

Ainda que a segurança ao nível da blockchain seja elevada, os contratos utilizados nos desenvolvimentos das DApps, continuam sujeitos a vulnerabilidades, se incorretamente escritos ou aplicados. 

 

Um exemplo deste tipo de falhas é o caso da DAO (lançada em 2016), uma das primeiras empresas de capital de risco dirigida inteiramente pelos próprios investidores – ou seja, sem uma equipa de gestão profissional. 

 

Elogiado como um projeto revolucionário, angariou rapidamente US$ 150 milhões em éter (ETH). Menos de três meses após o lançamento, o DAO foi hackeado e os investidores perderam US$ 60 milhões. A blockchain Ethereum, na qual o DAO foi construído, foi posteriormente dividida de forma controversa para restaurar os fundos roubados, que foram devolvidos aos investidores.

 

Além disso, a interdependência entre diferentes smart contracts complica ainda mais a atribuição de responsabilidade legal em caso de falhas ou exploração de vulnerabilidades. Por exemplo, em 2016, um utilizador explorou um erro no código de um smart contract e conseguiu desviar aproximadamente 3,6 milhões de Ether, uma criptomoeda, sem ser responsabilizado legalmente. Motivo? O que fez era permitido pelo código.

 

Oportunidades de investimento relacionadas com DeFi

 

O universo do DeFi oferece várias oportunidades de investimento que podem ser consideradas pelos investidores. No Banco Carregosa encontra várias soluções alternativas para estar exposto a este tipo de investimentos, sejam sob a forma de Crypto FX e ETPs.

 

É importante lembrar que, como qualquer investimento, estes também vêm com riscos, por isso é essencial informar-se bem antes de investir.

 

Banco Carregosa, aconselhamento financeiro especializado

 

As soluções DeFi oferecem vantagens inovadoras, mas também apresentam ameaças sérias a quem pretende investir. É essencial contar com instituições confiáveis, como o Banco Carregosa, para tomar decisões de investimento informadas e seguras. Conte com a ajuda da equipa de especialistas do Banco Carregosa. Entre em contacto connosco, proteja o seu património e valorize o seu capital.