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Duelo entre cautela de Powell e o otimismo de Trump

Fecho da bolsa: Mercados seguem em máximos históricos, mas uma eventual reaceleração da inflação entrará em conflito com cautela do presidente da Fed.
O tema das taxas de juro poderá ser um dos principais pontos de confronto entre Donald Trump, o novo inquilino da Casa Branca, e Jerome Powell, presidente da Reserva Federal (Fed) dos EUA este ano. Trump tem sido crítico da política monetária do banco central, especialmente em relação ao aumento das taxas de juro. Caso os juros se mantenham nos níveis atuais, é provável que adote uma abordagem mais agressiva para forçar a sua descida, entrando em confronto direto com Powell, com o objetivo de estimular o crescimento económico.
As políticas económicas expansionistas defendidas pelo novo presidente, aliadas a um eventual aumento do protecionismo, poderão gerar pressões inflacionistas adicionais, dificultando cortes nos juros pela Fed ou, no limite, resultar mesmo em novos aumentos das taxas, penalizando a economia. Nesse cenário, Trump provavelmente exigiria o oposto: uma redução ainda mais significativa dos juros. Além disso, um possível aumento da dívida pública e a necessidade de controlar a inflação podem obrigar a Fed a adotar uma postura mais restritiva. Uma eventual política orçamental ainda mais expansionista, com novos cortes de impostos, poderá agravar os já elevados défices orçamentais dos Estados Unidos, tornando mais difícil a tão desejada descida dos juros. Assim, as próprias políticas de Trump podem acabar por contradizê-lo, reacendendo a inflação e forçando a Fed a manter ou até subir as taxas de juro — o que iria contra os seus objetivos. Por outro lado, é natural que, se a economia crescer acima do seu potencial, resultando num output gap positivo, isso gere inflação e, consequentemente, leve ao aumento das taxas de juro.
As políticas económicas expansionistas defendidas pelo novo presidente, aliadas a um eventual aumento do protecionismo, poderão gerar pressões inflacionistas.
Também no que concerne ao mundo das criptomoedas poderá existir confronto entre Trump e Powell. Embora o primeiro tenha adotado uma postura cética em relação ao tema no seu primeiro mandato, com críticas notáveis em 2019, atualmente parece haver uma mudança na sua posição. Em julho de 2019, Trump afirmou no Twitter que não era fã do Bitcoin e que as criptomoedas "não são dinheiro”, expressando preocupações sobre o uso destas para atividades ilegais, como o tráfico de drogas e o financiamento do terrorismo, sugerindo também que, caso as criptomoedas fossem usadas como moeda, deveriam ser regulamentadas e supervisionadas pelo governo dos EUA. Atualmente, Trump mostra-se mais recetivo ao setor, e alguns membros da sua administração defendem um ambiente regulatório favorável, apoiando até a criação de uma reserva estratégica de Bitcoin.
Com a crescente pressão da indústria e a expansão do setor financeiro digital, a administração Trump poderá implementar uma regulamentação mais estruturada, criando um ambiente regulado, mas com elevado potencial de crescimento, especialmente no setor de blockchain e nas moedas digitais emitidas pelos bancos centrais. No entanto, esse cenário poderá gerar um novo confronto com a autoridade monetária, personificada em Powell. Uma maior liberalização do setor das criptomoedas pode colidir com a abordagem mais regulatória do banco central dos EUA.
Paulo Monteiro Rosa, Economista sénior do Banco Carregosa