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26 março 2024 07h20

Portugal com maior excedente da história da democracia

Jornal I

Fernando Medina deixa o cargo com a certeza de que o feito histórico é "fruto de boas políticas públicas que promoveram o crescimento”.


O setor das Administrações Públicas (AP) apresentou um saldo positivo correspondente a 1,2% do PIB em 2023, o que compara com o défice de 0,3% registado em 2022. O excedente de 2023 supera o de 0,1% registado em 2019, ano em que Mário Centeno entrou para a história económica como o primeiro ministro das Finanças a obter um saldo orçamental positivo no período democrático.


O Governo destaca que os dados revelados pelo INE "confirmam que o saldo orçamental global de 3.194 milhões de euros só foi possível porque o saldo positivo de 5.670 milhões de euros na Segurança Social (decorrente de mais empregos e subidas salariais) mais do que compensou os défices de 2.329 e 148 milhões de euros observados na Administração Central e nas Administrações Local e Regional, respetivamente”.


E justifica que o resultado superou a previsão de 0,8% do PIB inscrita no Orçamento do Estado para 2024 "em larga medida devido a um melhor desempenho da economia, do emprego e dos salários, o que permitiu um aumento de receita contributiva e fiscal superior ao previsto em 1.135 milhões de euros”. A execução da despesa ficou 438 milhões de euros abaixo do estimado.


Fernando Medina considerou que são "excelentes notícias para o país” e que o saldo positivo aumenta a proteção perante a instabilidade e incerteza internacionais, alargando as opções de políticas públicas ao dispor dos portugueses”, acrescentando que este saldo positivo é "fruto de boas políticas públicas que promoveram o crescimento económico, o emprego e a melhoria dos rendimentos; e de uma boa gestão orçamental”.


Já Paulo Rosa, economista do Banco Carregosa, defende que "apesar da conjuntura desfavorável em muitos países membros da Zona Euro, sobretudo do maior motor da economia europeia, a Alemanha, a economia portuguesa poderá continuar a apresentar um crescimento favorável, impulsionada pela desaceleração da inflação, um suporte ao consumo, e pelo PRR, um importante apoio ao investimento”.


O economista adianta ainda que, nos últimos anos, "a economia nacional tem sido suportada pelo significativo acréscimo de emprego e pelo contributo robusto do setor turismo”, detalhando que desde 2013, "a população empregada aumentou mais de meio milhão de trabalhadores, tendo já superado os 5 milhões”. E continua: "Mais empregados significa não apenas mais receita parafiscal para os cofres da segurança social, mas também um acréscimo de PIB e consequente aumento das receitas fiscais”.


O economista do Banco Carregosa comenta ainda que "internamente as variáveis são positivas, mas eventuais fatores exógenos desfavoráveis, sobretudo o agravamento das tensões geopolíticas a nível global ou uma evolução econômica externa desfavorável, poderão penalizar uma economia nacional caracterizada por um elevado grau de abertura”.


São notícias para o país, considera Fernando Medina.