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21 maio 2024 14h05
Fonte: Dinheiro Vivo

Ouro e cobre em máximos históricos, prata aproxima-se

Dinheiro Vivo

O receio da escassez de cobre, o principal metal industrial, está a impulsionar as cotações, num contexto de "crescente procura das indústrias verdes”, dizem os especialistas.


O preço do ouro nos mercados internacionais atingiu ontem um novo máximo, acima dos 2445 dólares por onça (31,10 gramas). Também os contratos de futuro na Bolsa de Metais de Londres dispararam mais de 4%, com o preço do cobre a ultrapassar, pela primeira vez, os 11 mil dólares por tonelada, embora tenha baixado alguma coisa durante as negociações da tarde, refere a Bloomberg. Também a prata atingiu ontem o nível mais alto desde 2012 ao cotar nos 32,51 dólares.


"Rumores de escassez de produção de cobre pelas fundições tem impulsionado a cotação do principal metal industrial. Os investidores acreditam que o aumento da utilização de cobre em setores de rápido crescimento, incluindo veículos elétricos, energia renovável e inteligência artificial, compense a resistência de setores tradicionais como a construção e outras infraestruturas”, refere Paulo Rosa. O economista sénior do Banco Carregosa acrescenta: "Intensificando este efeito, o receio de preços mais elevados tem influenciado os investidores com posições curtas nos mercados, a encerrarem as mesmas, amplificando esse mesmo movimento de alta.” 


No entanto, diz Paulo Rosa, a verdade é que se o receio de uma escassez de cobre tem impulsionado os preços do principal metal industrial para novos máximos históricos, num contexto de crescente procura das indústrias verdes, "a procura de cobre físico permanece relativamente fraca - especialmente na China, principal compradora, onde os níveis de stocks continuam elevados e os fornecedores de cobre têm vindo a reduzir a produção”. Ou seja, dado que a procura chinesa está "relativamente fraca” e as fundições da China têm exportado cobre, dada a subida dos preços em Nova Iorque e em Londres, "bem acima” dos preços prevalecentes no mercado chinês, o economista sénior do Banco Carregosa acredita que "se espera um reequilíbrio dos preços nos próximos tempos”.


Quanto ao ouro, diz o responsável que  os preços registam máximos históricos "à medida que os dados económicos norte-americanos recentes têm impulsionado as apostas de cortes nas taxas de juro por parte da Reserva Federal dos EUA”, refere, ainda, Paulo Rosa, sublinhando que, enquanto isso, a prata seguiu os exemplos do principal metal precioso e do mais importante metal industrial.


Atualmente, o mercado prevê que o BCE e o BoC (Banco do Canadá) iniciem cortes nas taxas de juro já em junho, em comparação com o primeiro corte do banco central dos EUA esperado em setembro. O corte nas taxas de juro leva, por norma, a uma valorização do ouro, lembra.