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Tensão no Médio Oriente empurra petróleo para máximos de 6 meses
Brent começou o ano nos 76 dólares o barril e já está acima dos 90. Apesar disso, na próxima semana, o preço do gasóleo deve baixar 2 cêntimos e a gasolina meio cêntimo.
O agravamento das tensões geopolíticas no Médio Oriente e a recuperação da economia chinesa estão a pressionar, em alta, as cotações do petróleo, que estão já acima dos 90 dólares o barril, em máximos desde outubro de 2023. Apesar disso, na próxima semana, o preço dos combustíveis em Portugal vai descer, cerca de dois cêntimos no litro de gasóleo e meio cêntimo na gasolina.
Assim, o gasóleo deverá custar, em média, 1,623 euros por litro e a gasolina simples 95 cerca de 1,804 euros por litro. Comparativamente ao início do ano, o preço médio da gasolina aumentou já quase 10% e o do gasóleo acumula já mais de 3,5%, embora, neste caso, o pico mais alto tenha sido atingido em meados de fevereiro, com o gasóleo simples a custar 1,664 euros. Desde então mantém uma tendência de descida.
A gasolina, pelo contrário, tem estado consistentemente a subir. E é provável que assim se mantenha, se não houver alterações no conflito israelo-árabe e na guerra na Ucrânia.
"Os alegados ataques de Israel à embaixada iraniana em Damasco, elevaram o receio de que o Irão, um dos principais produtores mundiais de petróleo, pudesse entrar diretamente no conflito do Médio Oriente, podendo afetar a oferta global de petróleo. Com base nessa ideia, e na expectativa de que o consumo venha a subir nos próximos trimestres, o interesse comprador de petróleo subiu e os preços do brent dispararam para cima dos 90 dólares o barril”, refere o analista da IMF, Ricardo Marques.
No entanto, lembra que há que ter em conta que os preços dos combustíveis são formados com base nas cotações dos derivados de petróleo, entre outras variantes, e que, precisamente porque os preços do gasóleo na Europa não acompanharam a subida das cotações do brent, para já, não houve reflexo nos preços que vão vigorar nas bombas de gasolina na próxima semana.
Já Paulo Rosa, do Banco Carregosa, lembra que, "apesar da manutenção dos cortes de produção de crude por parte da OPEP+ nos últimos três meses de 2023 e do eclodir do conflito Israel-Hamas no dia 7 de outubro, a cotação do barril de petróleo brent manteve-se numa tendência de queda durante quase todo o último trimestre do ano passado, tendo apenas encetado uma recuperação em meados de dezembro”, com a "debilidade da economia chinesa”, maior importador global de petróleo, a manter fraca a procura, contribuindo para a descida do preço do petróleo.
A questão é que, entretanto, "o agravamento das tensões geopolíticas no Médio Oriente, sobretudo agudizadas pelos ataques dos houthis no Mar Vermelho a partir de dezembro, tem aumentando significativamente os custos do transporte marítimo, e o ressurgimento da economia chinesa no início deste ano, impulsionaram novamente a cotação do barril de petróleo nos últimos meses.”
O analista aponta, ainda, o efeito da "relativa robustez” da economia norte-americana, "suportada pelo resiliente mercado de trabalho”, a pressionar a procura de petróleo. E, por isso, Paulo Rosa defende que, se a economia chinesa continuar a recuperar e a americana mantiver a sua trajetória, "é provável que a cotação do barril de petróleo mantenha a tendência de alta”, sobretudo se houver um agravamento das tensões geopolíticas globais, nomeadamente no Médio Oriente.
Henrique Tomé, da XTB, explica, por seu turno, que há três variáveis a contribuir para a subida dos preços do petróleo, tanto do brent, cotado em Londres, como do crude na Bolsa de Nova Iorque. Antes de mais, é a forma como a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (a OPEP) delibera manter, aumentar ou cortar na produção mundial de petróleo que mais influi sobre o preços. E, embora os 12 países membros tenham aumentado a sua produção combinada, em fevereiro, para 26,57 milhões de barris por dia, mais 203 mil do que em janeiro, a oferta continua a ser menor do que a procura, mantendo as cotações em alta.
Por outro lado, os analistas apontavam para fortes abrandamentos no crescimento das principais economias, quando, a realidade, mostra que estas se mantêm resilientes, com efeitos do lado da procura.
Por fim, as já referidas tensões no Médio Oriente e o risco de o conflito alastrar ao Irão, que é um dos grandes produtores de petróleo, é a terceira variável a ter em conta.
Mas Henrique Tomé acredita que, "apesar de existirem hipóteses de os preços continuarem a subir a curto prazo, a longo prazo, as perspetivas podem ser diferentes, dado que as principais economias deverão começar a sentir o efeito real (e total) das fortes subidas dos juros conduzidas pelos bancos centrais que têm como objetivo arrefecer a atividade económica”.
Esta semana, a OPEP divulgou o seu relatório mensal, no qual prevê que o consumo mundial de petróleo aumente, em 2024, para uma média de 104,46 milhões de barris por dia, mais 2,5 milhões, ou 2,2%, do que em 2023. Isto, apesar de a Agência Internacional de Energia ter indicado que, no primeiro trimestre de 2024, a procura mundial de petróleo continuou a desacelerar para 1,6 milhões de barris por dia, menos 120 000 barris do que inicialmente previsto. Um abrandamento devido à "procura excecionalmente fraca” dos países da OCDE, especialmente na Europa.