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Novo recorde à vista nos lucros da bolsa

Mesmo a abrandar, há novo recorde de lucros à vista!
As contas de 2024 deverão voltar a trazer lucros recorde para as 15 cotadas do principal índice nacional. Entre as favoritas dos analistas estão a Galp e o BCP. A temporada de apresentação de resultados arranca hoje com o relatório da Navigator.
Os lucros das empresas do PSI deverão alcançar um novo recorde em 2024, embora com uma subida mais ligeira face a 2023. Já sem a Greenvolt no principal índice nacional, o resultado líquido conjunto das 15 cotadas deverá ficar acima dos 5,5 mil milhões de euros, um crescimento anual superior a 2,5%.
Só que, ao contrário do que acontece em anos anteriores, "verifica-se uma forte dicotomia na evolução dos resultados”, salienta a análise da Maxyield - Clube dos Pequenos Acionistas. Enquanto a Ibersol deverá manter os resultados praticamente inalterados face a 2023, é esperado que sete cotadas reduzam os lucros e outras sete aumentem, de acordo com a Bloomberg, que tem em conta as estimativas das casas de investimento que cobrem o desempenho das cotadas.
A EDP deverá manter o lugar cimeiro do pódio, com uma subida dos lucros para 1,29 mil milhões, ou 20% face ao registado em 2023. A elétrica deverá beneficiar das "condições atmosféricas positivas”, diz João Queiroz, "head of trading” do Banco Carregosa. Este poderá ser um colateral a possíveis imparidades dos Estados Unidos, acrescenta.
Contudo, a "imprevisibilidade” em torno do último trimestre do ano da EDP e, respetivamente, da EDP Renováveis, tornam estas previsões menos fiáveis, alerta João Queiroz. "A incerteza está relacionada com a forma como a empresa vai tratar os ativos mais difíceis de capitalizar nos Estados Unidos”, tendo em conta a narrativa de desinvestimento em energias renováveis do novo Presidente dos EUA.
"As receitas dos primeiros nove meses do ano não pareceram muito interessantes e a rotação de ativos foi inferior ao esperado”, com apenas quatro acordos, acrescenta o "head of trading” do Carregosa. Apesar da saída da EDP Renováveis da Colômbia – com perdas potenciais de 700 milhões de euros – não ter impacto nos lucros, a empresa deverá registar uma quebra de 11% no resultado líquido.
Ainda no setor energético, a Galp deverá alcançar lucros recorde, acima dos mil milhões de euros atingidos em 2023, pelo terceiro ano consecutivo. A petrolífera é uma das favoritas da gestora de ativos Sixty Degrees e do Caixa Banco de Investimento (CaixaBI). Além dos dados operacionais "que vieram em linha com o esperado, o foco deverá estar em atualizações sobre o projeto na Namíbia, com o mercado a atribuir cerca de 30% de probabilidades de sucesso”, detalha Nuno Sousa Pereira, "head of investments” da Sixty Degrees.
A REN é uma das empresas do mesmo setor no qual a palavra "estabilidade” é usada por vários analistas ouvidos pelo Negócios por apresentar "um perfil defensivo, resultados visíveis e previsíveis” e "uma opção segura em termos de dividendos”, escreve João Miguel Lourenço, "head of equity research” do CaixaBI, numa nota a que o Negócios teve acesso.
À semelhança da EDP e Galp também a Jerónimo Martins divulga dados preliminares sobre a atividade em 2024 e anunciou um aumento das vendas para 33.465 milhões de euros. Este sinal "positivo”, como classifica João Queiroz, "head of trading” do Carregosa, poderá, no entanto, ser impactado "pelos efeitos das variações cambiais”. Assim, os lucros da dona do Pingo Doce deverão descer em torno dos 18%, devido a um ano de "elevada competitividade, deflação alimentar e maiores custos operacionais”, enumera numa nota Rita Machado Belo, analista do CaixaBI.
Ainda no retalho, a Sonae deverá ser penalizada por um ano de "crescimento inorgânico”, acrescenta a mesma analista, através de aquisições de participações de controlo na nórdica Musti, nas espanholas Arenal/Druni e na francesa BCF Life Sciences. Segundo as estimativas deverá registar a maior queda dos lucros entre as empresas do PSI, de 61% para 222 milhões.
O resultado líquido da Mota-Engil deverá subir muito ligeiramente, com um ponto de interrogação também em torno dos efeitos cambiais, com "a pressão sobretudo nas divisas de mercados emergentes”, bem como na evolução dos resultados na América do Sul, "onde tinham mostrado alguma estagnação”, acrescenta João Queiroz.
O BCP é o favorito da IMGA e mesmo com estimativas da Bloomberg a preverem para que a margem financeira do quarto trimestre seja a mais baixa desde 2023, o banco deverá registar uma nova subida dos lucros para 881 milhões de euros – o mais elevado no histórico da instituição, que tem início em 2007. Apesar da descida de juros do Banco Central Europeu, "os níveis médios das taxas ainda potenciaram a margem financeira”, justifica David Afonso, gestor do IMGA Ações Portugal.
No setor da pasta e papel é esperado um forte incremento dos lucros pela Altri e uma subida mais ligeira pela Navigator, à boleia do aumento dos preços da pasta de eucalipto e de maior faturação da venda de papel gráfico, o que permitiu uma melhoria da margem operacional, detalha Carlos Jesus, da CaixaBI. Em sentido contrário, as contas da Semapa, maior acionista da Navigator, deverão registar uma descida.
Os elogios do banco de investimento chegam também à Nos e aos CTT. A empresa de telecomunicações "continua a apresentar uma capacidade forte de geração de fluxos de caixa com margem EBITDA impressionante, constantemente acima dos 40%, resultado do foco em otimização da estrutura de custos através de um investimento em tecnologia”, escreve o analista Pedro Lobo Antunes. No caso dos Correios, o crescimento no segmento de Expresso e Encomendas não deverá ser suficiente para anular o efeito de outras divisões e os CTT deverão ver o resultado líquido descer mais de 30%.
Já as projeções do CaixaBI para a Corticeira Amorim contrastam com o consenso, com a empresa pressionada por menor faturação em certos segmentos e pelo contexto inflacionista.
"A incerteza está relacionada com a forma como a EDP vai tratar os ativos mais difíceis de capitalizar nos EUA.", João Queiroz, Head of trading do Banco Carregosa.
"O foco [no relatório da Galp] deverá estar em atualizações sobre o projeto na Namíbia.", Nuno Sousa Pereira, Head of investments da Sixty Degrees.
LUCROS DO PSI ATINGEM 5,5 MIL MILHÕES
A EDP deverá manter-se no pódio e ser a responsável pela maior fatia de lucros do PSI. A Galp deve superar novamente a fasquia dos mil milhões de euros, atingindo um novo recorde pelo terceiro ano consecutivo. É esperado que a Altri dê o maior salto e que a Sonae registe a maior queda.
NAVIGATOR DÁ PONTAPÉ DE SAÍDA
Já esta quinta-feira, após o fecho do mercado, a Navigator é a primeira empresa do principal índice nacional a divulgar os resultados de 2024. Nesta época, os dias 26 de fevereiro e 20 de março serão os mais intensos com três cotadas a revelarem contas.
BCP puxa pelos dividendos da bolsa
A par dos resultados recorde das cotadas do PSI é também esperado que os dividendos atinjam o valor mais elevado de sempre. Todos os olhos estão no BCP depois de o CEO, Miguel Maya, ter anunciado um aumento do "payout” aos acionistas para metade dos lucros de 2024.
O montante total deverá ascender a 3,1 mil milhões de euros, o que compara com 2,9 mil milhões registados no ano passado, segundo dados da Maxyield - Clube dos Pequenos Acionistas. Este é um aumento que é largamente explicado pelo único banco cotado em bolsa, que deverá distribuir 472,5 milhões de euros. Ainda a impulsionar está um esperado aumento dos dividendos da Nos e da Navigator.
Este é um dos fatores que, no caso da telecom, "mais poderá servir para atrair eventuais investidores num momento em que, sem plano de expansão internacional, se encontra pressionada pela entrada da Digi”, diz Pedro Lobo Antunes, analista do CaixaBI, numa nota.
A trajetória é explicada, por um lado, pelas políticas de distribuição predefinidas de algumas empresas como a EDP, Galp, REN e Sonae e, por outro, por cotadas que "têm uma prática variável de remuneração acionista dentro de uma faixa estável”, como é o caso dos CTT, EDP Renováveis, Mota-Engil, Corticeira Amorim e Semapa, refere o relatório da Maxyield. Há ainda empresas, como a Navigator e Nos, cujo "payout” está habitualmente em torno da totalidade dos lucros, enquanto a Altri e Ibersol têm tido "políticas generosas”.
Apesar de os analistas esperarem que os lucros das cotadas do PSI atinjam um novo recorde, sete empresas deverão registar uma queda no resultado líquido do ano passado.
Tiago Sousa Dias