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«O empresário português tem de ser o dinamizador da mudança»

Almoço-debate Empresas
Com o orçamento em foco foram abordadas questões fundamentais como a reestruturaçâo económica, a competitividade, a inovação, a atracção e retenção de talento, bem como o papel da literacia financeira no desenvolvimento de portugal.
As empresas presentes no almoço-debate da Executive Digest são unânimes: a economia portuguesa não tem um crescimento significativo e consistente desde há décadas e é fundamental apresentar perspectivas para um futuro mais próspero. O Banco de Portugal piorou as suas projecções para a economia, esperando agora que o PIB cresça 1,6% este ano e 2,1% no próximo. A revisão em baixa para este ano é acentuada e coloca o País a crescer menos do que prevê o Governo.
Filipa Martins (Directora-Geral da Edenred Portugal), Ricardo Parreira (CEO da PHC), Nuno Saramago (Director-Geral da SAP Portugal), Bruno Minoya Perez (Director do Departamento de Private Banking do Banco Carregosa), Nuno Bertrand (em representação da FONTELusa), Rui Bairrada (CEO do Doutor Finanças), Ricardo Martins (CEO do Grupo Cegoc em Portugal) e André da Silva (professor associado na Nova School of Business and Economics) foram os membros presentes nesta primeira conversa sobre o papel das empresas no crescimento e competitividade da economia nacional.
Cooperação
Nesse sentido, as organizações desempenham um papel essencial, actuando como motores de desenvolvimento. «Só crescemos se nos juntarmos todos. No tecido empresarial português há muito o conceito de quinta e de associativismo. As pessoas partilharem ideias é positivo porque todos nós estamos a aprender. O nosso vizinho do lado tem as mesmas dificuldades ejuntos arranjaremos uma solução de compromisso que nos beneficie a todos», assim se inicia a conversa com alguns dos principais gestores empresariais das áreas da tecnologia, finanças, banca, benefícios sociais, ensino, formação e tratamento de águas.
Numa altura em que se debate o Orçamento do Estado, os membros presentes neste almoço concordam que todas as medidas que possam impactar positivamente os empresários trazem benefícios para a produtividade, salários, qualificação dos trabalhadores e também dos próprios gestores. Porém, a redução da taxa nominal de IRC, em 1 ponto percentual, poderá não ser suficiente para atrair o tão desejado e sempre necessário investimento em capital. «Andámos muitos dias a discutir esta questão. Mas há outros factores a ter em conta. Se conseguíssemos dar mais formação aos empresários em Portugal a produtividade mudava completamente», afirma um dos membros presentes neste almoço-debate organizado pela Executive Digest.
O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que visa implementar reformas e investimentos destinados a repor o crescimento económico sustentado foi também abordado. «Para a competitividade da economia portuguesa, seleccionaria um dado que nos caracteriza: no pós pandemia 70% do PRR foi destinado às empresas públicas e assim não vamos conseguir que o tecido empresarial privado se dinamize. A pirâmide está invertida», afirma um dos participantes.
Em contraponto, houve que não estivesse alinhado com esta visão. «O Estado pode e deve ter iniciativas específicas, regular e incentivar as empresas usando a política fiscal. Mas as empresas não podem continuar à espera do PRR e do Estado. A Itália, um dos países mais poderosos da Europa do Sul, está habituada há décadas a esta pressão do Orçamento. Mas a economia habituou-se a viver muito longe das políticas do Estado. Gostava que as empresas portuguesas pensassem assim». No entanto, todos os participantes acabaram por concordar que não podem estar à espera de subsídios. «O empresário português tem de ser os dinamizador da mudança e precisa de estabilidade fiscal». De qualquer forma, o exemplo do PRR é paradigmático da preocupação do Estado, que tem um peso substancial na nossa economia. «Andamos para decidir obras públicas de grande dimensão há 40 ou 50 anos. O aeroporto, o TGV, temas transversais a todos os governos. Mas enquanto não conseguirmos resolver estes problemas estruturais vamos continuar a crescer a 2% ou menos porque não investimos na qualificação, desenvolvimento e crescimento económico», referem os participantes do almoço-debate.
"O nosso mercado obriga-nos a ser mais rápidos e ágeis, sermos capazes de fazer coisas que os outros não fizeram medidas."
Talento
Numa perspectiva macro-económica e tendo em conta que o Estado é um dos maiores empregadores do País, a atraeção e retenção de talento foi outro dos assuntes em cima da mesa para discussão. «Também está a enfrentar as mesmas dores do privado nesta área. Hoje em dia, trabalhar para o Estado não é tão apetecível como há uns anos», refere um dos participantes, que sublinha o facto de muito talento europeu preferir deslocar-se para os Estados Unidos.
«Nós competimos com os hubs internacionais. Em Portugal não falta talento. Falta é gestão. Estes hubs pagam salários acima dos nossos e competir com isso é duro. O nosso mercado obriga-nos a ser mais rápidos e ágeis, sermos capazes de fazer coisas que os outros não fizeram», acrescenta um dos membros do almoço-debate.
Nesse sentido, a dimensão do nosso País não pode ser um entrave ao desenvolvimento económico - por exemplo, a farmacêutica industrial Novo Nordisk já vale mais que o PTB da Dinamarca (385 mil milhões de euros), disputando o título de empresa mais valiosa da Europa. «Temos algumas empresas portuguesas fenomenais e que fabricam para as melhores marcas internacionais na indústria de componentes, vestuário ou peças de automóveis», dizem.
Ainda sobre o crescimento de Portugal ea sua ligação ao talento falou-se sobre o esforço que as famílias fazem na educação dos seus filhos e, depois, muitos deles acabam por sair. «Boa parte dos alunos brilhantes dos cursos de tecnologia vai embora ou fica, mas como nómada, a receber um salário muito elevado», refere um dos membros.
Porém, existem outros trabalhadores, de uma faixa etária mais elevada que optam por deixar os seus países e vir para cá. «Têm uma excelente qualidade de vida, mas depois há temas burocráticos que tornam a situação mais complicada».
Literacia
A literacia financeira em Portugal tem vindo a ganhar importância nos últimos anos, com iniciativas voltadas para melhorar o conhecimento da população sobre finanças pessoais. No entanto, um estudo recente realizado pelo Doutor Finanças, em parceria com a Laicos e com a chancela científica da NOVA IMS e da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, destaca uma ansiedade financeira significativa entre os cidadãos portugueses. Segundo os resultados, 64% da população tem um baixo nível de literacia financeira e quase metade dos inquiridos não possui um fundo de emergência suficiente para cobrir três meses de despesas.
«E fundamental ensinar as pessoas a gerir o dinheiro. Aliás, é difícil fazer crescer o que quer que seja senão sabemos gerir dinheiro. E muitas empresas que faliram no Covid não sabiam fazê-lo», lembra um dos participantes do almoço-debate organizado pela Executive Digest.
Só crescemos se nos juntarmos todos. no tecido empresarial português há muito o conceito de quinta e de associativismo gestão.
Sobre o ensino em Portugal, a ligação das empresas à Academia torna-se fundamental para garantir que os currículos sejam alinhados com as necessidades do mercado de trabalho, promovendo uma formação mais prática e orientada para as competências exigidas pelas organizações. «A Executive Education é claramente um cluster em Portugal. Estamos nos tops e isso passa uma imagem muito boa a nível internacional».
No final do debate, em jeito de conclusão, a palavra confiança éa chave para acelerar a economia nacional. «A confiança éo resultado de duas grandes dimensões: competência e uma questão de carácter. Esta pessoa é confiável ou não é confiável? Eu acho que somos um bom povo e no final do dia todos queremos melhorar Portugal. Mas têm de nos deixar fazê-lo».
Exemplo
A itália, um dos países mais poderosos da europa do sul, está habituada há décadas a esta pressão do orçamento. mas a economia habituou-se a viver muito longe das políticas do estado. gostava que as empresas portuguesas pensassem assim.
Todas as medidas que possam impactar positivamente os empresários trazem benefícios para a produtividade, salários, qualificação dos trabalhadores e também dos próprios gestores. A executive education e claramente um cluster em portugal. estamos nos tops e isso passa uma imagem muito boa a nível internacional
António Sarmento