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07 julho 2023
09h55
Fonte:
Vida Económica
Perspetivas para o 2º semestre de 2023

PAULO ROSA
Economista Sénior do Banco Carregosa
A economia norte-americana cresceu 2% no primeiro trimestre e o GDP Now divulgado no site da Reserva Federal de Atlanta estima atualmente uma alta do PIB de 2,2% no segundo trimestre. Apesar da melhoria do sentimento do consumidor, tendo a métrica da Universidade de Michigan alcançado em junho o valor mais elevado desde fevereiro e a bitola do Conference Board ter registado máximo do último ano e meio, a confiança industrial norte-americana tem gradualmente enfraquecido, tendo o ISM industrial atingido em junho o valor mais baixo desde maio de 2020 nos 46 pontos, em território de contração (abaixo dos 50 pontos). No entanto, o PMI dos serviços desceu apenas ligeiramente em junho para 54,1 e o mercado de trabalho nos EUA mantém-se robusto, tendo sido criados, em maio, 339 mil postos de trabalho (excetuando agrícolas), um número marcadamente acima do esperado. Entretanto, a Reserva Federal dos EUA (Fed), no seu outlook trimestral de junho, reviu em alta para 1% as suas projeções para o crescimento económico em 2023 [do anterior 0,4% publicado nas perspetivas trimestrais de março], tendo revisto em baixa a taxa de desemprego de 4,5% para 4,1% e em alta a inflação subjacente medida pelo PCE (Personal Consumption Expenditures), métrica preferida pelo banco central dos EUA na prossecução da sua política monetária, de 3,6% para 3,9%. Perante a resiliência da economia e a antevisão de uma taxa de inflação mais elevada, a Fed reviu também em alta as projeções para a sua taxa de juro de referência no final de 2023 de 5,1% para 5,6%.
A economia chinesa mantém-se aquém do esperado, sendo o PMI industrial de 50,5 pontos e a confiança empresarial no setor dos serviços [medida pelo PMI] desacelera, tendo-se fixado nos 53,9 em junho. É certo de que o governo chinês estabeleceu uma meta modesta de crescimento económico à volta de 5% para este ano, depois de não ter cumprido o objetivo de 2022, mas para atingir esse propósito o Banco Popular da China (PBoC) precisará flexibilizar ainda mais a política monetária este ano, caso a recuperação económica do país continue a perder força.
Apesar das perspetivas de recessão no horizonte há vários trimestres, a economia norte-americana manteve uma relativa robustez no primeiro semestre, sobretudo alicerçada no resiliente mercado de trabalho, e os mercados acionistas registaram um desempenho notável, tendo na primeira metade do ano o S&P 500 subido 15,9% e o Nasdaq 100 valorizado 38,75%, o maior ganho dos últimos 40 anos. Todavia, crescem as inúmeras interrogações para este segundo semestre. Onde está recessão? Quão rapidamente vai cair a inflação? O rali acionista pode continuar? Quando a inteligência artificial poderá dar frutos económicos? Onde estão os pontos fracos dos mercados acionistas? As atuais valuations das ações podem competir com as das obrigações? É certo que os índices acionistas são nominais e o PIB nominal cresceu 9,2% o ano passado nos EUA, mas à medida que a inflação abranda, as margens das empresas tendem também a desacelerar e os lucros a diminuírem. Atualmente, o prémio de risco das ações do S&P 500 é de 1,92% acima da yield das obrigações do tesouro a 30 anos de 3,87%, ou seja, um total de 5,79%, relativamente elevado e pouco atrativo para as ações. O mercado monetário, através dos reverse repos da Fed, paga 5,10%. Entretanto, as curvas de rendimentos acentuam a probabilidade de recessão. O spread das yields do tesouro dos EUA a 2 e a 10 anos é o mais elevado desde 1981 e a probabilidade de recessão nos próximos 12 meses é de 71%, segundo a Fed de Nova Iorque, a mais elevada desde 1982. O S&P 500 é negociado a 19,1x, mas a média histórica cotação/lucro é de 15,6x, de acordo com a Refinitiv Datastream. Os investidores focam-se cada vez mais na economia e menos na inflação, isto é, dados macroeconómicos resilientes são vistos como positivos para o mercado acionista e abrandamento da inflação como negativo.