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09 janeiro 2025 10h25
Fonte: ECO

Portugal paga cerca de 3% por 4 mil milhões de emissão sindicada a dez anos. Procura supera em 6,3 vezes a oferta

Portugal paga cerca de 3% por 4 mil milhões de emissão sindicada a dez anos. Procura supera em 6,3 vezes a oferta

A primeira de três emissões sindicadas previstas para 2025 conta com uma procura superior a 26 mil milhões de euros e num preço de 2 pontos percentuais abaixo do inicialmente previsto.

 

 

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) prepara-se para colocar no mercado uma nova linha obrigacionista a dez anos com maturidade a 15 de junho de 2035 através da primeira operação sindicada do ano e a primeira emissão sindicada da República realizada com rating "A” em 14 anos.

 

 

A operação ainda não está totalmente terminada, mas o ECO sabe que o foi fechado um montante de financiamento de 4 mil milhões de euros , o mesmo montante da última emissão sindicada a 10 anos realizada há precisamente um ano, e contou com uma procura acima dos 25 mil milhões de euros, que inclui 1,32 mil milhões de euros de ordens dadas por entidades para lá do grupo dos bancos que constituem o sindicato.

 

 

"A forte procura mostra a confiança que os investidores têm na dívida nacional, o baixo spread que temos versus a Alemanha tem permitido fazer estas emissões com uma yield relativamente baixa”, refere Filipe Silva, Diretor de Investimentos do Banco Carregosa.

 

 

O preço desta emissão ainda não está fechada, mas deverá resultar num custo final de cerca de 3%, o equivalente à taxa mid swap a dez anos (que esta manhã esteve a negociar ligeiramente abaixo dos 2,5%) acrescido de um spread de 55 pontos base, quando a previsão apontava para um spread de 57 pontos base.

 

 

Filipe Silva ressalva que, na última emissão sindicada a 10 anos realizada no início do ano passado "Portugal pagou um spread de 40 pontos base e os swap a 10 anos estavam nos 2,54%.”

 

 

 A operação está a decorrer numa altura em que a curva de rendimentos de Portugal regista uma queda das yields de todas as obrigações do Tesouro, por conta de uma procura dos investidores pela generalidade dos títulos de dívida da República. É isso que sucede justamente com o benchmark das obrigações a dez anos, que apresenta uma correção de 0,2 pontos percentuais da yield para os 3%.

 

 

Esta operação sindicada arrancou ontem, quarta-feira, logo de manhã, após o IGCP ter mandatado nove bancos para colocarem os títulos no mercado. O fecho dos livros das ordens sobre esta nova linha de obrigações do Tesouro fecharão ao final desta manhã, fazendo com que só nessa altura seja apurado o preço final da operação através da fixação da taxa de mid swap.

 

 

Luís Leitão