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28 junho 2023
11h15
Fonte:
Jornal Negócios
Pressão sobre as famílias vai manter-se até 2024
Christine Lagarde sinalizou mais subidas de juros durante o fórum anual do BCE que decorre em Sintra.
É improvável que, no curto prazo, o Banco Central Europeu (BCE) tenha confiança que o pico dos juros foi alcançado. Quem o diz é a presidente, Christine Lagarde, que sinalizou mais subidas e levou os futuros da Euribor a seis meses a apontar para 4% no final do ano.
O combate à inflação não está próximo do fim e os juros de referência na Zona Euro ainda vão subir mais. O objetivo do Banco Central Europeu (BCE) é travar uma escalada de preços que se está a mostrar mais persistente do que o esperado, traduzindo-se numa pressão sobre as famílias com crédito que não deverá aliviar antes do próximo ano.
"É improvável que, no futuro próximo, o banco central possa declarar com toda a confiança que as taxas máximas foram atingidas.”, afirmou a presidente do BCE, Christine Lagarde, no fórum anual da autoridade monetária, que está a decorrer em Sintra. "O nosso trabalho não está terminado”, sublinhou.
Desde julho do ano passado que o BCE subiu as três taxas de referência em 400 pontos base. O juro dos depósitos está em 3,5%, enquanto a taxa aplicável às operações principais de refinanciamento está em 4% e da facilidade permanente de cedência de liquidez em 4,25%.
O último aumento aconteceu há menos de duas semanas e já nessa altura Lagarde tinha indicado que esperava repetir a dose em julho, informação que repetiu agora em Sintra. "Alcançamos progressos significativos, mas – confrontados com um processo inflacionista mais persistente – não podemos vacilar, nem ainda declarar vitória”, apontou a líder.
Esta persistência é causada pelo facto de a inflação estar a passar para a economia por fases, apontou Lagarde. A primeira fase esteve muito relacionada com os lucros das empresas e começa a desvanecer, mas a segunda fase (relacionada com as negociações salariais) está agora a tornar-se mais forte.
Cortes não estão à vista.
"A presidente do BCE, Christine Lagarde, já tinha indicado que outra subida de juros vai materializar-se em julho, após o conselho de governadores de junho. Parece ter sinalizado, no fórum anual do BCE em Sintra, que é também provável outro aumento em setembro, que os riscos estão enviesados no sentido ascendente e que um corte é improvável proximamente”, avaliam os economistas da Bloomberg Economics, David Powell e Jamie Rush.
O mercado está assim cada vez mais confiante na mensagem de que o BCE irá continuar a subir juros. Há duas semanas, antes da última, os futuros apontavam para uma pausa depois de julho e um corte ainda este ano. Atualmente, as expectativas indicam que os "traders” só começam a admitir uma redução de juros em março de 2024 – e a probabilidade é limitada a 21%.
"As perspetivas do mercado agravaram-se, tendo as expectativas para a evolução dos juros aumentado cerca de três pontos base”, refere o economista sénior do Banco Carregosa, Paulo Rosa. A taxa terminal esperada pelo mercado, para a última reunião deste ano em 14 de dezembro, avançou de 3,86% antes do discurso de Lagarde para 3,89%.
Como consequência, também o pico esperado para a Euribor não pára de ser adiado. O mercado vê agora a taxa a seis meses – que é usado como indexante para os créditos à habitação em Portugal – a ultrapassar mesmo os 4% nos últimos dias deste ano. Só depois disso aponta para o início do alívio.
No prazo de seis meses, a Euribor está já a negociar acima de 3,915%, tendo tocado na semana passada os 3,933% – um máximo desde novembro de 2008. A 12 meses, a taxa chegou atingir recentemente os 4,147% (também um máximo de 15 anos), estando atualmente nos 4,094%.
"Mais dificuldades se avizinham para os detentores de dívidas, nomeadamente para as famílias que recorreram ao crédito à habitação indexado à Euribor. À medida que são renovadas as taxas de juro associadas aos contratos de crédito à habitação, agora em níveis muito mais elevados, as dificuldades das famílias aumentam e o rendimento disponível diminuiu, penalizando também o consumo e as perspetivas económicas”, acrescenta Paulo Rosa.
VALDIS DOMBROVSKIS
Vice-presidente executivo da Comissão Europeia
Nosso mundo está a mudar. A digitalização transformou a sociedade de um modo difícil de imaginar há apenas dez anos. Está também a mudar a forma como realizamos pagamentos: as pessoas querem cada vez mais pagar digitalmente. A pandemia de covid-19 acelerou esta mudança.
Bancos centrais de todo o mundo estão agora a trabalhar para complementar a moeda pública que atualmente disponibilizam – o numerário (dinheiro sob a forma de notas e moedas) – com uma versão digital, ou seja, uma moeda digital do banco central. Na área do euro, o euro digital proporcionaria uma solução de pagamento digital à disposição de todos, em todo o lado, gratuitamente.
O numerário permanece importante: ainda é o meio de pagamento preferido para pagamentos de pequeno montante em lojas e em transações entre particulares. A maioria das pessoas na área do euro quer manter a opção de pagar com notas e moedas. É por esta razão que a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu (BCE) estão plenamente empenhados em garantir que o numerário continua a ser totalmente aceite e a estar disponível em todos os 20 países da área do euro.
Contudo, o facto é que a utilização de numerário para pagamentos está a diminuir em muitas regiões do mundo, incluindo na Europa. Na transição para uma verdadeira economia digital, adaptar o numerário para que reflita a era digital é o passo lógico seguinte.
Dispor de ambas as opções – ou seja, de notas e moedas de euro e de um euro digital – significaria que todos poderiam escolher como pagar e ninguém seria deixado para trás na digitalização dos pagamentos. Mais importante ainda, ofereceria aos europeus a opção de pagar digitalmente em toda a área do euro, de Dublim a Nicósia e de Lisboa a Helsínquia.
Para os consumidores, o euro digital traria muitas vantagens práticas. Seria simples de utilizar e sem custos. Independentemente de onde estivessem na área do euro, as pessoas poderiam realizar pagamentos de forma gratuita com os seus euros digitais, por exemplo, utilizando uma carteira digital nos seus
Razões porque a Europa precisa de um euro digital:
Telemóveis. Nem sequer teriam de o fazer online, poderiam também fazê-lo offline.
A proteção da privacidade é um elemento vital do euro digital. O BCE não veria nem os dados pessoais nem os padrões de pagamento dos utilizadores. A funcionalidade de pagamentos offline proporcionaria também um grau de privacidade de dados mais elevado do que qualquer outro método de pagamento digital atualmente disponível.
Um euro digital reduziria igualmente as comissões de pagamento para os consumidores, ao estimular a concorrência na Europa. Presentemente, dois terços dos pagamentos de retalho digitais na Europa são processados por um pequeno número de empresas internacionais. Graças a uma maior concorrência, os comerciantes e os respetivos clientes beneficiariam de serviços mais baratos.
Para os bancos e outros prestadores de serviços de pagamento, o euro digital funcionaria como trampolim para o desenvolvimento de novos serviços financeiros e pagamentos pan-europeus, estimulando a inovação e facilitando a concorrência com as grandes empresas tecnológicas e financeiras não europeias. Incluiria salvaguardas, como limites aos montantes que as pessoas poderiam deter, a fim de evitar saídas consideráveis de depósitos dos bancos. No entanto, os utilizadores que pretendessem pagar mais do que o limite fixado poderiam fazê-lo ligando a sua carteira digital à sua conta bancária.
Um euro digital reduziria as comissões de pagamento, ao estimular a concorrência na Europa.
Existem também importantes vantagens estratégicas em ter um euro digital. Como o maior mercado único do mundo, a Europa não pode ficar parada enquanto outras jurisdições avançam. Caso viesse a ser permitida a utilização mais generalizada de outras moedas digitais de bancos centrais para pagamentos transfronteiras, correríamos o risco de o euro perder atratividade – sendo o euro atualmente a segunda moeda mais importante do mundo, a seguir ao dólar dos Estados Unidos. Além disso, o euro poderia ficar mais exposto à concorrência de alternativas como as criptomoedas estáveis mundiais. Em última análise, tal poderia pôr em perigo a nossa soberania monetária e a estabilidade do setor financeiro europeu.
Um euro digital aumentaria também a integridade e a segurança do sistema de pagamentos europeu, numa altura em que as crescentes tensões geopolíticas nos tornam mais vulneráveis a ataques à nossa infraestrutura crítica. Ao ter por base infraestruturas europeias, o sistema estaria mais bem equipado para resistir a perturbações, incluindo ciberataques e cortes de energia.
Ainda só estamos no início deste emocionante novo projeto. A Comissão Europeia apresenta a sua proposta legislativa hoje. No outono, o BCE concluirá a fase de investigação da conceção e distribuição do euro digital. Decidirá então se será dado início a uma fase preparatória para analisar o desenvolvimento e a testagem da nova moeda digital.
A moeda do banco central está na base da nossa confiança em todas as formas de moeda, assim como da estabilidade e resiliência do nosso sistema de pagamentos. É a âncora do sistema financeiro e da união monetária da Europa. Um euro digital preservaria o papel da moeda do banco central, porque, independentemente da sua forma – em numerário ou digital – um euro continuará a ser um euro.
O nosso sistema monetário, com a nossa moeda comum no cerne, precisa de se adaptar para acompanhar os avanços digitais e nós estamos empenhados em assegurar essa adaptação.
A partir de Sintra, onde decorre o fórum anual do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde disse que são esperadas mais subidas de juros.