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Risco nos EUA deixa dívida europeia mais apetecível

Mercado obrigacionista norte-americano está a ser mais castigado do que o europeu pelo efeito das novas taxas. Desde 2007 que não havia tantas emissões das chamadas "reverse Yankee” no Velho Continente.
OBRIGAÇÕES
Vários "players” do setor financeiro estão a optar pela segurança da dívida soberana europeia e sinalizam que os riscos das tarifas são maiores para a economia norte-americana. No segmento empresarial, desde 2007 que não havia tantas emissões norte-americanas das chamadas "reverse Yankee” na Europa.
"A Europa foi construída através de crises”. Esta é uma das explicações da economista-chefe do BNP Paribas, Isabelle Mateos Y Lago, para argumentar que as políticas económicas do novo Presidente dos Estados Unidos, que ganharam a designação de "Trumponomics” não devem enfraquecer a Europa e podem até ter o efeito oposto. Poderá ser por isso que alguns "players” do setor financeiro estão a mostrar-se mais otimistas em relação ao mercado da dívida europeia.
Não só as tarifas que Donald Trump quer impor aos membros da União Europeia (UE) parecem estar já incorporadas no mercado, como os efeitos parecem ser mais prejudiciais para o mercado obrigacionista norte-americano do que para o europeu. O cenário-base, como descreve Felix Freund, líder do segmento de dívida de países desenvolvidos da Abrdn, é que o aumento das tarifas, maior controlo de imigração e mais investimento possa levar a uma subida da inflação. "Este entendimento tem levado a uma redução das expectativas de cortes de juros pela Reserva Federal e mantido os juros da dívida norte-americana em níveis elevados”, refere.
A BlackRock acrescenta o elevado défice orçamental dos EUA como uma das razões para ter um posicionamento "underweight” sobre o mercado de dívida norte-americano, uma vez que "os investidores deverão pedir uma compensação mais elevada pelo risco de deter dívida soberana” face ao atual cenário de incerteza em torno das políticas de Trump, pode ler-se numa nota.
Por outro lado, é em relação à dívida europeia que a maior gestora de ativos do mundo está "overweight”, por considerar que caso as tarifas dos EUA sobre a União Europeia se materializem "é o crescimento económico que deverá sair mais afetado e não a inflação”, o que deverá permitir que o Banco Central Europeu (BCE) continue a descer juros, reforçando a tendência de descida das "yields” soberanas do Velho Continente.
Da mesma forma, o BNP Paribas considera que a "vulnerabilidade da Europa às tarifas é exagerada”. Apesar de o mercado norte-americano representar um valor significativo das exportações em percentagem do PIB de vários Estados-membros, em termos conjuntos fica abaixo de 8%. Isabelle Mateos Y Lago argumenta assim que esta é uma disrupção que pode ser colmatada com um aprofundamento do mercado único.
Apesar de a descida de juros pelo BCE estar a gerar um alívio do custo da dívida soberana da Zona Euro, há incertezas que têm levado um aumento das "yields” nas últimas sessões. Sem querer fazer avaliações sobre o impacto das políticas de Donald Trump no mercado da dívida europeu por ter passado pouco tempo desde a tomada de posse, Vasco Teles, gestor de obrigações da GNB Gestão de Ativos, refere ao Negócios que "um cenário em que a Europa se possa ter de se financiar para aumentar os gastos com a defesa é um fator de pressão sobre os juros da dívida soberana”.
Custos levam empresas dos EUA a procurar a Europa
"A reação do mercado de dívida às notícias sobre as tarifas foi praticamente nula”, refere uma nota do Bank of America, numa altura em que os montantes de emissões têm estado elevados dos dois lados do Atlântico. Tanto o BofA como a BlackRock estão otimistas e esperam que a descida de juros por parte dos bancos centrais injete algum capital nestes ativos, onde veem oportunidades "atrativas”.
Com os Estados Unidos a ficarem ainda mais caros para o financiamento, várias grandes empresas norte-americanas têm emitido dívida no Velho Continente, mesmo que tenham de suportar os custos cambiais. A emissão de obrigações conhecidas como "reverse Yankee” atingiu 23,4 mil milhões de euros até meados de fevereiro, o valor mais alto neste período do ano desde 2007, de acordo com dados da Bloomberg. A expectativa é que "esta tendência aumente após a apresentação de resultados de 2024, a par com a maior divergência entre a política monetária seguida pela Fed e pelo BCE refere a análise do BofA.
Portugal paga menos de 2,3% por mil milhões
Portugal emitiu ontem mil milhões de euros em bilhetes do Tesouro (BT) com maturidade a 11 meses, com um juro abaixo de 2,3%. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP pretendia colocar entre 750 e 1.000 milhões de euros, conseguindo perfazer todo o montante proposto.
"Para Portugal é sempre positivo ver o seu prémio de risco baixar, numa fase em que é o país da periferia que apresenta o menor ‘spread’ versus a Alemanha”, diz Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa.
O juro ficou nos 2,266%, o que representa uma descida face aos 2,66% conseguidos no último leilão comparável, em outubro do ano passado. "A descida nas taxas de juro de curto prazo acabam por ser um reflexo das decidas de taxas de juro que estamos a assistir por parte do Banco Central Europeu. Entretanto, a inflação ainda não atingiu o objetivo do BCE, o que limita a capacidade de acelerar o ritmo de descida das taxas”, explica Filipe Silva.
No caso da procura – que ficou 2,22 vezes acima da oferta, ou seja, mais do que duplicou o montante oferecido – houve, contudo, um alívio face a outubro, quando tinha sido de 2,77 vezes.
Esta é a segunda emissão de BT que Portugal faz este ano. A primeira foi realizada em meados de janeiro e tinham sido colocados mil milhões de euros a 12 meses. O IGCP tem mais uma operação de emissão destes títulos prevista este trimestre, no dia 19 de março, de acordo com o calendário publicado pela entidade.
O atual cenário de incerteza em torno das políticas do Presidente Donald Trump justifica um posicionamento cauteloso das casas de investimento.