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Serviços tornam inflação mais difícil de combater
Inflação mais persistente? Serviços aceleram pelo segundo mês seguido
PREÇOS
Preços dos serviços estão a acelerar desde maio, enquanto a inflação geral abranda. Bens acompanham alívio e estão já em mínimos de mais de vinte meses. Economistas alertam para riscos de inflação duradoura e desaceleração mais lenta nos preços.
Pelo segundo mês consecutivo, são os serviços (e não os bens) que mais estão a puxar pela inflação. A tendência evidencia que o "motor” da subida de preços está a mudar, depois de num primeiro momento ter sido a energia e, mais tarde, os alimentos a fazer subir a o nível de preços. Mas essa alteração pode trazer complicações, por significar que a inflação está agora mais "enraizada” e deverá abrandar menos nos próximos meses.
Os dados finais do Instituto Nacional de Estatística (INE), conhecidos esta quarta-feira, revelam que, em junho, os preços dos serviços aumentaram 5,3%, quando comparando com igual período do ano passado. A taxa foi superior em quatro décimas à registada no mês anterior, o que significa que, ao contrário do que está a acontecer com as principais categorias analisadas pelo INE, os serviços não estão a dar sinais de abrandamento nos preços.
Enquanto isso, os bens que estavam a impulsionar a subida de preços – devido sobretudo ao encarecimento dos bens energéticos e alimentos – estão a abrandar há sete meses consecutivos. Em junho, o preço dos bens desacelerou de 3,3% para 2,1%, o valor mais baixo desde setembro de 2021.
Essa diferença na evolução do índice de preços dos serviços face aos bens, com os serviços a acelerarem em contraciclo, revela que "a inflação portuguesa está mais generalizada e mais persistente do que o esperado há alguns meses ou trimestres”, dado que este é um setor menos sujeito a variações de preços, explica Paulo Rosa, economista sénior do Banco Carregosa, ao Negócios.
Paula Carvalho, economista do BPI, concorda que, "tal como no conjunto da União Económica e Monetária, há motivos para esperar que o processo de redução da taxa de inflação das componentes core, ou subjacente [que têm menos oscilações de preços, como a saúde e educação], seja muito mais lento”. "Em Portugal, os preços de serviços do setor do turismo e atividades afins deverão ainda manter alguma pressão, dado o bom comportamento do setor, refletindo procura sustentada. Pelo que a inflação deverá continuar a descer sim, mas de forma muito gradual, sobretudo nas componentes core”, diz.
A economista do BPI nota ainda que "a parte mais significativa dos efeitos de base favoráveis, decorrentes do aumento dos preços da componente de energia posterior ao início da guerra na Ucrânia, já aconteceu” e, por isso, os progressos na descida da inflação "serão mais lentos e graduais nos próximos meses”.
ALOJAMENTO LIDERA
A subida dos preços nos serviços foi, inclusive, superior à variação homóloga da inflação em junho (3,4%). Desagregando por componentes, verifica-se que os serviços de alojamento foram dos produtos que registaram uma das maiores subidas homólogas de preços em junho (18,1%), ficando apenas atrás dos produtos hortícolas (19,8%). A recolha de lixo (12,3%) e os serviços de manutenção e reparação de habitações (12,1%) são outros dos serviços que mais aumentaram.
Em termos mensais, destacam-se ainda os voos internacionais (com uma variação em cadeia de 14,1%) e as férias organizadas fora do país (10,4%).
Com esses produtos do cabaz de preços a ficarem mais caros, Paulo Rosa defende que "é normal que a inflação dos serviços demore mais um pouco a descer, mas tudo leva a crer que em 2024 regresse aos 2% em Portugal”. "As elevadas taxas de juro decretadas pelo BCE encarregar-se-ão de baixar os preços dos serviços e ancorar novamente as expectativas de inflação à volta dos 2%, não sendo de afastar durante este processo uma recessão económica em 2024”, argumenta.
SUBIDA NOS SERVIÇOS ULTRAPASSA BENS
Variação homóloga dos preços, em percentagem
Desde maio, os preços dos serviços têm estado a registar um crescimento homólogo superior ao observado nos bens, o que não se verificava desde março de 2021. Em junho, o INE dá conta de que o índice de preços relativo aos serviços acelerou 5,3%, um valor idêntico ao observado em agosto de 2022. Já os preços dos bens subiram 2,1%.