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Tesouro capta um quinto da dívida que precisa para este ano

Obrigações
Numa semana em que os soberanos europeus estão a inundar o mercado de dívida, Portugal conseguiu colocar 4 mil milhões de euros com um juro de 3%. A procura foi seis vezes superior.
A estreia de Portugal, em 2025, no mercado de dívida serviu para fechar um quinto do financiamento necessário para o ano, que deverá situar-se em 20,5 mil milhões de euros. Por via de uma venda sindicada de obrigações do Tesouro a 10 anos, a Agência de Gestão de Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP emitiu 4 mil milhões de euros, com um juro de 3%. Mas os investidores estavam dispostos a emprestar seis vezes mais ao país.
"A operação decorreu dentro do esperado. O mercado esperava um ‘spread’ final dois pontos mais largo. Ficou aquém, o que do ponto de vista do emitente é positivo. Foi uma operação que certifica que as condições [de financiamento de Portugal] são positivas”, diz ao Negócios Vasco Teles, gestor de obrigações europeias da GNB Gestão de Activos.
A taxa de cupão fixou-se em 3%, correspondente a uma "yield” de 3,074%, o que representa um prémio de 55 pontos-base face à taxa "mid swap” do euro a 10 anos, de acordo com os dados finais divulgados pelo IGCP. Na abertura dos livros de ordens, o cupão apontava para um diferencial de 57 pontos-base acima da taxa de referência a dez anos (2,5279%), tendo esse valor acabado por descer muito ligeiramente em resposta à procura dos investidores.
O livro de ordens acabou por superar os 25 mil milhões de euros, pelo que a procura foi assim 6,25 vezes acima da oferta de obrigações (de uma nova linha "benchmark” com maturidade a 15 de junho de 2035), incluindo dos "joint lead managers”. Em termos comparativos, Itália registou, numa venda sindicada também esta semana, uma procura 11 vezes superior à oferta de 13 mil milhões. Por via de leilões - o que tem impacto nas ordens -, a procura por dívida de Espanha (que emitiu 20 mil milhões) e de França (que captou 7 mil milhões) ficou em ambos os casos abaixo das duas vezes a oferta. "Os últimos meses foram difíceis e o mercado esteve a criar espaço para esta janela de financiamento que é sempre muito concorrida nesta altura, por razões sazonais”, indica Teles.
Investidores mostram confiança
"A transação foi atribuída a uma vasta gama de contas de elevada qualidade”, diz o IGCP, em comunicado, apontando uma distribuição geográfica "diversificada”, com uma grande participação de investidores sediados no Reino Unido (28,3%), bem como de França, Itália e Espanha (19,2%). Os investidores portugueses ficaram com 16,2% do total. Por tipo de investidor, a procura proveio predominantemente de gestores de fundos (42,5%), bem como de bancos e bancos privados (23%), enquanto os bancos centrais e outras instituições oficiais representaram 15,5%.
"A forte procura mostra a confiança que os investidores têm na dívida nacional, o baixo ‘spread’ que temos versus a Alemanha tem permitido fazer estas emissões com uma ‘yield’ relativamente baixa”, considera Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa, lembrando que, no início de 2024, o "spread” foi de 40 pontos-base, quando os "swap” a 10 anos estavam nos 2,54%.
No último leilão do ano passado de obrigações do Tesouro a 10 anos, realizado em meados de novembro, a República financiou-se em 577 milhões de euros com um juro de 2,824%. Já em mercado secundário, os juros da dívida portuguesa com maturidade a 10 anos, agravaram-se 0,8 pontos para 2,991%, depois de terem negociado durante o dia acima dos 3%, no valor mais elevado desde 27 de julho de 2024, em linha com a tendência de agravamento no resto da Europa.
Uma venda sindicada é habitualmente mais cara dado o formato da operação, mas permite ao país captar montantes mais elevados de financiamento. Com o Banco Central Europeu (BCE) a cortar as suas taxas de referência e o contágio das crises políticas na Zona Euro a manter-se contido, os analistas antecipam que este ano o Tesouro beneficie de condições mais favoráveis do que no ano passado e que possa mesmo ser visto como "refúgio”.
A agência liderada por Miguel Martín indicou, em comunicado, que a operação beneficiou da trajetória de subida do rating nacional ao longo de 2024, com a dívida portuguesa a ser classificada na categoria A pela Standard and Poor’s, DBRS, Fitch e Moody’s. As melhorias permitiram ao país regressar ao FTSE Russel World Government Bonds Index, o índice de referência mundial de dívida com rating A.