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03 dezembro 2024 11h35

Rácio Preço/Lucro: O que é?

Rácio Preço/Lucro: O que é?

  

O rácio Preço sobre Lucro (P/L), também conhecido como Price Earnings Ratio (PER) ou P/E em inglês, é um dos indicadores financeiros mais populares e importantes para os investidores. Este rácio é frequentemente utilizado numa fase inicial de análise, para avaliar o preço relativo de uma ação e determinar se está sobrevalorizada ou subvalorizada. Descubra o que é, por que é importante e como calculá-lo.

 

 

Rácio Preço/Lucro (P/L): O que é e como se calcula?

 

O rácio P/L mede a relação entre o preço da ação e o lucro por ação (ou EPS - Earnings Per Share em inglês). Para calcular o rácio, divide-se o preço atual da ação pelos lucros obtidos por essa ação nos últimos doze meses. Alternativamente podem ser utilizados os lucros estimados para um dos próximos anos, o que resulta num "P/L estimado”. A fórmula é a seguinte: 

 

 

 

Com este rácio consegue saber quantas vezes a cotação é superior ao lucro por ação, o que oferece uma medida aproximada do tempo necessário para recuperar o valor investido (medido em anos), assumindo desta maneira que o free cash flow gerado pela empresa é semelhante ao seu lucro. 

 

 

Imagine que o preço atual de uma ação de uma empresa é de 250 euros e que o lucro por ação é de 12,50 euros. Neste caso, o cálculo do P/L seria de 250/12,5 ou seja, 20. Este resultado significa que os investidores estão dispostos a pagar 20 vezes o lucro gerado por cada ação da empresa.

 

Assim, se hipoteticamente comprasse 100% das ações da empresa, levaria 20 anos para recuperar o investimento inicial através dos lucros contínuos da empresa. No entanto, essa estimativa de 20 anos poderia mudar caso a empresa cresça ou os seus lucros flutuem.

 

Depois de calcular o P/L, é comum compará-lo com a média do setor em que a empresa está inserida. Se o P/L da empresa for inferior à média do setor, pode indicar que a ação está subavaliada. Por outro lado, se estiver acima da média, a ação pode estar sobreavaliada. Se, por exemplo, o P/L médio do setor fosse de 18, poderia concluir que a empresa em análise parece estar mais cara do que a média dos seus concorrentes.

 

 

Como interpretar?

 

De uma forma geral, para interpretar o resultado do rácio P/L, pode-se ter como referência os seguintes valores:

 

Rácio P/E baixo (< 15)

A ação pode estar subvalorizada, o que pode representar uma oportunidade de compra atrativa. Por outro lado, um P/E baixo também pode sugerir que o desempenho financeiro da empresa está em declínio.

 

Rácio P/E moderado (15 – 25)

Regra geral, este rácio é considerado saudável. Neste intervalo, a empresa é normalmente vista como valorizada de forma justa em relação aos seus lucros, refletindo um equilíbrio entre potencial de crescimento e risco.  

 

Rácio P/E elevado (> 25)

Este rácio pode refletir expectativas de crescimento elevado no futuro. Isto é, os investidores estão dispostos a pagar mais pela ação agora, por anteciparem um aumento significativo dos lucros. Contudo, também pode significar que a ação está sobrevalorizada. Representando um risco caso as expectativas de crescimento não se concretizem.

 

 

Vantagens e limitações do Rácio P/L

 

Eis as principais vantagens e limitações de usar esta métrica para tomar decisões de investimento:

 

Vantagens:

 Fácil de calcular, bastando dividir o preço pelo lucro por ação.

• O valor do P/L ajuda a avaliar rapidamente se o investimento pode ser viável, o que facilita o processo de decisão.

• Identifica o potencial de crescimento, pois um P/L alto pode indicar que a empresa está numa trajetória de crescimento, embora possa também sugerir sobrevalorização. Um P/L baixo pode indicar que a ação está subvalorizada ou que a empresa enfrenta dificuldades financeiras. 

• Permite comparar ações dentro do mesmo setor e identificar as que estão relativamente baratas ou caras.

 

Limitações:

 Esta métrica é muito sensível às variações no preço das ações, que podem mudar rapidamente devido a alterações na empresa ou no mercado. Na prática, o valor do P/L altera-se todos os dias.

 Algumas receitas extraordinárias, como vendas de ativos, podem inflacionar os resultados e, consequentemente, distorcer o P/L, pelo que se deverá utilizar o lucro excluído de resultados extraordinários.

 Cada setor tem um ritmo e características próprias, o que limita o uso do rácio P/L para comparações relevantes entre setores.

 

 

Calcular o P/L é suficiente para tomar uma boa decisão?

 

É importante ressalvar que o P/L não é uma métrica infalível e não deve ser utilizada de forma isolada. Deve ser considerada em conjunto com outras métricas de análise financeira. Fatores como o potencial de crescimento da empresa, a sua situação financeira e o ambiente macroeconómico do setor também desempenham um papel fundamental na avaliação das ações.

 

Não obstante, o P/L pode ser útil para comparar a avaliação atual da empresa com a sua avaliação histórica. Por exemplo, se o P/L atual for significativamente superior ao P/L histórico da empresa, isso pode indicar que a ação está mais cara em relação ao passado e, portanto, pode não ser uma boa compra. O ideal é analisar vários fatores antes de tomar uma decisão, sempre com o foco em atender aos seus objetivos financeiros.

 

 

Alternativas ao Rácio P/L

 

Apesar da popularidade do P/L, existem várias alternativas que oferecem uma perspetiva mais abrangente sobre o desempenho de uma empresa e que podem ser usadas em complemento:

Rácio Preço da ação / Valor contabilístico por ação (P/B):

Compara o valor de mercado de uma empresa com o seu valor contabilístico. Um P/B baixo pode indicar subvalorização, atraindo investidores que procuram empresas com fundamentos sólidos.

Rácio Preço da ação / Vendas por ação (P/S):

Compara o preço das ações às receitas, sendo útil para empresas que ainda não apresentam lucros substanciais ou que são voláteis (start-ups, por exemplo). O P/S revela quanto os investidores estão dispostos a pagar por cada euro de vendas.

Rácio Valor Empresarial / EBITDA (EV/EBITDA):

Avalia uma empresa em relação aos seus ganhos antes dos juros, impostos, amortizações e provisões. Considera também a capitalização de mercado, as dívidas e a liquidez, proporcionando uma visão mais completa da empresa.

 

 

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