Voltar
26 novembro 2024 15h40

Investimentos seguros: mito ou realidade?

Investimentos seguros: mito ou realidade?

 

 

Qualquer investidor gostaria de ver o seu capital crescer de forma segura e estável, sem os altos e baixos que frequentemente acompanham o mercado financeiro. No entanto, não existem investimentos totalmente seguros – apenas boas práticas de seleção, investigação e acompanhamento que todos os investidores devem seguir. Saiba mais sobre estes pontos.

 

 

Investimentos seguros: o que significam?

 

Um investimento é geralmente percebido como seguro se for menos suscetível a flutuações de mercado, se tiver algum tipo de proteção ou se tiver uma probabilidade reduzida de perda de capital. Tais investimentos tendem a oferecer um retorno relativamente estável e previsível, minimizando a volatilidade. Alguns dos exemplos mais comuns incluem depósitos a prazo, dívida de curto prazo do Estado, ou mesmo fundos de investimento com classe de risco baixa (por exemplo fundos de mercado monetário ou de obrigações de menor risco). 

 

No entanto, o conceito de segurança varia de pessoa atendendo ao perfil de cada investidor. Cada pessoa lida com a volatilidade de forma diferente – uns preferem segurança e estabilidade, outros aceitam riscos para tentar maiores ganhos. 

 

Além disso, os objetivos financeiros pessoais influenciam o que cada um considera seguro. Por exemplo, quem especula num movimento de forte valorização em períodos curtos, deve estar disposto a aceitar mais risco do que quem está a tentar investir com o objetivo de capitalizar o seu património a um ritmo consistente e alcançar as suas metas no longo prazo. 

 

Por fim, as condições económicas e políticas também desempenham um papel nesta definição, já que períodos de instabilidade podem tornar até os investimentos tradicionalmente mais seguros um pouco mais incertos.

 

 

Riscos a ter em conta ao investir

 

Embora alguns investimentos possam ser mais seguros do que outros, é importante reconhecer que a segurança nunca é total. Todos os investimentos envolvem algum nível de risco, mesmo que seja mínimo. Estes são os riscos mais comuns associados aos investimentos. 

 

1. Risco de taxa de juro e de crédito

 

Mesmo os depósitos a prazo e os títulos de Estado estão sujeitos a riscos. No caso dos depósitos, garantidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos, a principal incerteza é o risco da inflação, que pode deteriorar o poder de compra dos juros recebidos. Já os títulos de Estado podem ser afetados por mudanças na política económica ou crises financeiras que impactem a solvência do governo emissor.

 

2. Risco de liquidez e de mercado

 

Alguns investimentos podem ser mais seguros, mas também podem ter restrições quanto à sua liquidez. Por exemplo, podem existir penalizações se o capital for retirado ou vendido antes do termo ou ter períodos em que não pode movimentar o capital investido. É crucial escolher investimentos que equilibrem segurança com a necessidade de acesso ao capital.

 

3. Risco de correlação de investimentos

 

A diversificação é uma estratégia essencial para reduzir o risco global de um portfólio. Investir em diferentes tipos de ativos pode proteger contra as flutuações de qualquer um deles. No entanto, mesmo uma carteira diversificada deve ser ponderada e bem analisada, especialmente para evitar que os ativos estejam correlacionados de alguma forma, anulando o "poder da diversificação”. As correlações dos ativos flutuam ao longo do tempo, o que contribui para a necessidade de reajustar as exposições a cada classe de ativos de forma dinâmica.

 

4. Limitações das garantias e proteções

 

Alguns investimentos vêm com garantias, como o Fundo de Garantia de Depósitos, que assegura o reembolso até um certo valor em caso de falência da instituição financeira. Contudo, é importante estar ciente das limitações destas garantias e das regras específicas que as regem.

 

 

Opções de investimento 

 

Embora não existam investimentos completamente isentos de risco, alguns conseguem ser mais seguros do que outros. Estes são alguns a considerar. 

 

1. Depósitos a Prazo

 

Os Depósitos a Prazo são a forma mais tradicional de poupar dinheiro. Muitos portugueses olham para os Depósitos a Prazo como a única solução para aplicar as suas poupanças. No entanto, não só não se tratam de uma forma de investimento (mas sim de poupança) como ainda tendem a ter retornos inferiores à inflação. Nos últimos anos, e principalmente entre as gerações mais novas, os Depósitos a Prazo começam a surgir como um dos pilares do património dos portugueses, representando apenas uma percentagem do capital disponível para poupar/investir. A restante percentagem, começa cada vez mais a destinar-se a outras soluções, como as que se apresentam de seguida.

 

2. Fundos de investimento de curto prazo e elevada liquidez

 

Os fundos de investimento tendem a ser uma das alternativas que os investidores mais tradicionais procuram uma vez que apresentam uma escala de risco, ajudando na decisão final e investimento. Os fundos de mercado monetário são um tipo de fundo de investimento que aplica em instrumentos de dívida de curto prazo e elevada liquidez, como depósitos a prazo, títulos de dívida pública e outros ativos de elevada qualidade e baixo risco. O objetivo principal destes fundos é proporcionar aos investidores liquidez imediata e uma rentabilidade estável, mantendo uma exposição mínima ao risco.

 

Este tipo de fundo é considerado uma das opções mais seguras no mercado de investimento, com riscos reduzidos de flutuação, o que torna uma boa solução para aplicar o capital temporariamente ou para quem procura proteção a curto prazo. Embora o retorno seja modesto em comparação com outros tipos de fundos, o foco na preservação do capital e a facilidade de acesso ao montante investido são características centrais que atraem muitos investidores.

 

3. Fundos de investimento de obrigações

 

Ainda entre o universo de fundos de investimento de menor risco, surgem os fundos de Obrigações. Estes fundos investem em instrumentos de dívida, como obrigações governamentais e títulos corporativos e tendem a oferecer rendimentos mais estáveis e menos voláteis do que os fundos de ações. São adequados para quem deseja diversificar o seu portfólio e manter um perfil de risco mais conservador. No entanto, é importante escolher fundos com uma boa reputação e gestão prudente. As obrigações cobrem um largo espectro de níveis de risco, desde o baixo risco ao risco elevado, pelo que se deve escolher um nível de risco alinhado com o perfil e objetivo.

 

4. ETFs

 

Os ETFs (Exchange-Traded Funds) de baixo risco são uma alternativa interessante para investidores que procuram diversificação com menor exposição a riscos. Esses ETFs geralmente replicam índices compostos por ativos considerados mais estáveis, como obrigações de alta qualidade creditícia e instrumentos de dívida com curto prazo. Por serem negociados em bolsa, os ETFs proporcionam transparência, baixos custos de gestão e tendencialmente uma maior liquidez. Embora o retorno esperado possa ser mais modesto quando comparado com outros investimentos, a sua simplicidade de gestão, a diversificação intrínseca e o menor grau de volatilidade perspetivado, tornam-nos uma opção atrativa para quem procura segurança sem abdicar da eficiência de mercado. É importante, porém, estar atento ao índice que o ETF replica e às condições do mercado que afetam seus ativos subjacentes.

 

5. Ações

 

Embora não seja prudente considerar ações como um investimento "seguro" no sentido estrito, a estratégia de longo prazo pode ser uma das mais eficazes para investidores dispostos a aceitar alguma volatilidade. Historicamente, as ações têm demonstrado um forte potencial de crescimento quando mantidas por períodos extensos, permitindo que os investidores beneficiem do efeito dos juros compostos, reinvestindo lucros e superando flutuações de curto prazo. Ao investir em ações, é crucial seguir boas práticas, como conhecer o setor em que a empresa atua, analisar os resultados financeiros passados e avaliar as perspetivas futuras da empresa. Além disso, diversificar o portfólio em diferentes setores e regiões ajuda a mitigar os impactos negativos de quedas em mercados específicos.

 

Por último, investidores focados em ações de empresas com histórico consistente de distribuição de dividendos podem garantir um retorno adicional, que, quando reinvestido, potencializa os ganhos ao longo do tempo. Essa abordagem exige disciplina, paciência e uma análise contínua para ajustar a carteira conforme as condições de mercado mudam.

 

 

Melhores práticas para gerir o risco dos investimentos

 

Se o seu objetivo é minimizar riscos enquanto investe, existem algumas práticas que podem ajudar a proteger o seu capital e ainda permitir que alcance os seus objetivos financeiros.

 

1. Diversificação

 

Diversificar é uma das estratégias mais eficazes para reduzir o risco global do seu portfólio. Ao distribuir o seu investimento por diferentes tipos de ativos, setores e geografias, estará a reduzir o impacto de uma possível má performance de um único investimento. Por exemplo, ao invés de colocar todo o seu capital em ações de uma única empresa ou setor, é sensato repartir o investimento entre ações de várias empresas, títulos de dívida, imóveis e outros ativos. A diversificação ajuda a suavizar as oscilações e a proteger contra perdas significativas.

 

2. Avaliação do perfil de risco

 

Antes de tomar qualquer decisão de investimento, é fundamental avaliar o seu perfil de risco. Isto envolve entender a sua capacidade e disposição para suportar variações no valor dos seus investimentos. Os investidores com menor tolerância ao risco tendem a optar por investimentos mais seguros e menos voláteis. Já investidores com maior tolerância ao risco podem explorar oportunidades de maior rendimento, mesmo que envolvam um pouco mais de volatilidade. Conhecer o seu perfil de risco ajuda a escolher os investimentos que melhor se adequam às suas necessidades e expectativas.

 

3. Planeamento e estratégia

 

Ter um plano de investimento bem definido é crucial para manter a tranquilidade durante períodos mais incertos. Estabeleça objetivos claros e um horizonte temporal para os seus investimentos. Um bom plano inclui uma estratégia para alocar o seu capital de acordo com o perfil de risco e os objetivos financeiros. Além disso, reveja regularmente o seu plano e faça ajustes conforme necessário, especialmente se houver mudanças significativas nas suas circunstâncias pessoais ou no ambiente económico.

 

4. Análise e pesquisa

 

Antes de investir, faça uma análise aprofundada e pesquise sobre os ativos em que está interessado. Compreenda os fundamentos dos investimentos e avalie os potenciais riscos e recompensas. Analise a performance passada, a saúde financeira e as perspetivas futuras dos ativos. Consultar relatórios de analistas e opiniões de especialistas também pode oferecer uma visão valiosa.

 

O Banco Carregosa disponibiliza conteúdos especializados para quem procura estar sempre informado sobre as tendências de investimento.

 

5. Acompanhamento regular

 

O reequilíbrio do portfólio é a prática de ajustar a composição dos seus investimentos para manter a sua alocação de ativos desejada. Com o tempo, alguns investimentos podem valorizar-se mais rapidamente do que outros, alterando a distribuição original do portfólio. Reequilibrar regularmente ajuda a manter o portfólio alinhado com o seu perfil de risco e objetivos. É possível que chegue à conclusão que precisará de vender ativos que se tornaram demasiado pesados no portfólio, ou comprar outros para restaurar a alocação original.

 

6. Apoio especializado

 

Consultar um especialista financeiro pode ser uma excelente forma de garantir que está a tomar as melhores decisões de investimento com base nas suas necessidades e objetivos específicos. A equipa de especialistas do Banco Carregosa pode fornecer-lhe orientação personalizada, ajudar a construir um portfólio adequado e conselhos sobre como gerir e mitigar riscos. Uma perspetiva externa e especializada é crucial para fazer um percurso financeiro mais estável e evitar decisões impulsivas e emocionais.

 

 

Banco Carregosa, apoio especializado na gestão do risco

 

Embora existam opções de baixo risco, todos os investimentos carregam algum grau de risco. A chave é entender os diferentes tipos de risco, como os mitigar e ajustar a estratégia de investimento com base nas suas necessidades e objetivos pessoais. Em última análise, um portfólio bem diversificado e uma abordagem cautelosa são as melhores formas de alcançar um bom equilíbrio entre segurança e rentabilidade.

 

Se precisar de ajuda para explorar opções de investimento que se alinhem com os seus objetivos, não hesite em procurar aconselhamento especializado. Afinal, construir um futuro financeiro estável e seguro exige planeamento e estratégia. Entre em contacto connosco.