Fundos mais subscritos em dezembro: postura mais cautelosa dos investidores no último mês do ano

Nos fundos mais subscritos do Banco Best e do Banco Carregosa do mês de novembro , as preferências dos investidores pareceram sugerir que há procura por soluções mais estáveis e com menor volatilidade e, além disso, o espaço surgiu como um novo tema.

Já no mês de dezembro, embora o Top 10 do Banco Best mantenha os seis fundos de ações, existem algumas diferenças face aos meses anteriores. "Já os restantes quatro fundos”, conta Rui Castro Pacheco , responsável de Investimentos do Banco Best, "que investem em estratégias mais conservadoras , estão em linha com o que tem acontecido em meses mais recentes, com um imobiliário , um de tesouraria e dois de obrigações de taxa variável ”.

Commodities, soluções de gestão passiva e espaço mantêm destaque

Olhando para os fundos de ações, o destaque, em dezembro, manteve-se no tema das commodities , nas soluções de gestão passiva e no espaço , regressando também ao Top 10 o tema da tecnologia . Nas commodities observa-se a preferência pelos metais preciosos ou especiais , com o Invesco Gold & Special Minerals Fund e o Franklin Gold & Precious Metals Fund; e pela energia , com o Schroder International Selection Fund Global Energy. "Na gestão passiva, temos os habituais Fidelity S&P 500 Index Fund e Fidelity MSCI World Index Fund, que replicam os principais índices americano e mundial”, afirma o profissional.

Quanto ao tema/setor espaço , os investimentos foram feitos no fundo Echiquier Space, "um fundo que junta os players diretamente envolvidos na indústria aerospacial com empresas que estão a beneficiar com o tratamento de dados que podem ser recolhidos pelos satélites atualmente em órbita”, explica Rui Castro Pacheco. Na tecnologia , voltámos a encontrar o BlackRock Global Funds - World Technology Fund E2 EUR presente no Top 10.

Liquidez, diversificação e potencial de crescimento

Por sua vez, as subscrições do Banco Carregosa continuam a mostrar que os investidores privilegiam liquidez, diversificação e potencial de crescimento . "A escolha de fundos de mercado monetário (três no Top 10) reflete uma procura por segurança em instrumentos de baixo risco e elevada liquidez , típicos em momentos de incerteza económica”, explica Tiago Gaspar , responsável pela Análise e Seleção de Fundos da entidade.

Por outro lado, a preferência por fundos como o Schroders Euro Credit Conviction e o PIMCO Income demonstra um interesse em estratégias de obrigações de convicção . "É notório”, comenta o profissional, "haver uma minoria de fundos de ações – evidenciando a postura mais cautelosa por parte dos investidores”.

"Eventualmente, poder-se-á ler a opção de um fundo de mercado monetário em USD como uma aposta cambial, dada a forte valorização do dólar face ao euro . Por fim, o fundo de imobiliário direto da Silvip continua a figurar como uma preferência dos nossos investidores”, conclui Tiago Gaspar.

Fundos mais resgatados

Segundo Rui Castro Pacheco, os maiores resgates de dezembro continuaram a vir de algumas estratégias multiativos , dando a ideia de que os investidores que estiveram investidos neste tipo de fundos estão agora a preferir diminuir o risco . "Curiosamente, tivemos também a registar algumas saídas de obrigações japonesas, eventualmente presentes em carteiras em que esta componente poderia trazer estabilidade em momentos de maior stress nos mercados em que o JPY é utilizado como moeda de refúgio ”, acrescenta o profissional.

Relativamente aos fundos mais resgatados do Banco Carregosa, verifica-se uma tendência para "reduzir a exposição a fundos de obrigações e de setores específicos ”. Relativamente à redução de exposição a fundos de obrigações em dezembro, "muito provavelmente se deve à subida das taxas de juro”, esclarece Tiago Gaspar. "Adicionalmente, a presença de três fundos com exposição tecnológica (Franklin Templeton, BlackRock e Morgan Stanley) pode ser interpretado como tomada de mais-valias após um mês de novembro muito forte para o setor”, acrescenta o profissional.